A Cidade É Nossa com Raquel Rolnik #41: Lá vem a boiada urbanística

Em plena pandemia, algumas cidades decidiram que é urgente fazer a revisão de seus planos diretores. Definir mudanças na regulação urbanística da cidade, em meio a um cenário de tanta incerteza, definitivamente não é a melhor ideia. Além disso, há preocupações maiores para serem encaradas no presente, como a situação emergencial de moradia, comida e renda. É preciso dizer não à boiada urbanística, que aproveitando a impossibilidade da discussão presencial exclui parte da sociedade do processo de discussão necessário para revisão dos planos diretores. Vamos fazer esse debate somente quando for a hora!

Esse é o tema do episódio 41 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Mara Matos, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast.

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #35: Por uma Praça Pôr do Sol sem grades

A Praça Pôr do Sol, no Alto de Pinheiros, é um mirante para uma das mais belas paisagens do entardecer na cidade, encravada em um bairro exclusivamente residencial. Exatamente por esta qualidade a praça atrai gente de toda a cidade (e até mesmo de fora dela), gerando um conflito com (parte) dos moradores locais que tentam há vários anos murar o local para restringir o acesso. Na pandemia, sob o pretexto de evitar aglomerações, a praça está sendo cercada! Um movimento anticercamento luta para impedir mais um monumento ao urbanismo excludente. É sobre isso que fala o episódio 35 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast.

Sobre o movimento contra o cercamento da Praça:

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #33: Resolução privatiza licenciamento urbanístico

A recente Resolução CGSIM Nº 64 do Ministério da Economia, cria novas formas de licenciar construções, reformas e demolições. Sob a justificativa de desburocratizar estes processos, a resolução tem uma série de problemas: é inconstitucional, pois invade competências municipais e utiliza uma resolução para o que é matéria de lei; não simplifica os processos, mas sim cria um mercado pago de “despachantes” que substituem tarefas do Estado; e não resolve problemas dos territórios populares. É sobre isso que fala o episódio 33 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotify, apple podcasts, google podcasts e overcast.

  • Manifestação do CAU/BR (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil): 
  • Nota técnica do IBDU (Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico) 

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #28: Pegadinhas do mercado imobiliário

Em um vídeo recente, Atila Iamarino discutiu a origem do boom de varandas gourmet na cidade de São Paulo. Mais importante do que o Plano Diretor de 2002 para a existência dessa e de outras características das formas de morar na capital, como os condomínios com áreas de lazer, foi a Fórmula de Adiron, adotada desde 1972 e em vigor até 2014. O mercado imobiliário encontra formas de burlar as restrições da lei e inventar produtos que se transformam em objetos de desejo e valorização. É sobre isso que fala o episódio 28 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast.

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #16: Debate – extemporâneo e fora de foco – da flexibilização do planejamento urbano

Enquanto Brasil engatinha para garantir moradia a quem precisa mas não pode ficar em casa, congresso discute flexibilização da regulação urbana. Veja a nota completa do IBDU no link abaixo: https://raquelrolnik.wordpress.com/no…

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A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #15: Densidade urbana e pandemia, mitos ou verdades?

Quanto mais densos os bairros e cidades maior o contágio? Os números pelo menos até o momento não corroboram isso. Confira nossa perspectiva no décimo quinto A Cidade é Nossa.

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A Cidade é nossa com Raquel Rolnik #13: o desafio da leitura responsável dos mapas do avanço da pandemia

Avanço territorial do coronavírus exige leituras cuidadosas dos impactos em cenários e condições urbanas distintas, a partir de informações precisas e não suposições e estigmas.

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A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #11: Os 60 anos de Brasília

A pandemia continua, mas hoje decidi mudar de assunto e refletir sobre os 60 anos que Brasília completa hoje. Contraditória, a capital brasileira foi uma empreitada épica que ganhou apoiadores e opositores. Passadas seis décadas, mudar a capital para o coração do Brasil foi um sucesso ou um fracasso?

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A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #8: Os alívios da quarentena

Vias sem carros, ônibus e caminhões são parte da quarentena. Consequentemente, a emissão de gases e partículas poluentes diminui. Além disso, são menos vítimas de acidentes de trânsito nas UTIs. Na pós-pandemia vamos voltar às políticas de morte ou fazer cidades para a vida?

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Com calçadas inexistentes ou inadequadas, pedestres sofrem para sobreviver

Mateus Bruxel/ Folhapress

Dia 8 de agosto foi Dia Mundial do Pedestre. E em São Paulo, apesar de 30% dos deslocamentos serem feitos a pé, o paulistano não tem o que comemorar. A falta ou inadequação das calçadas contribui com um indicador trágico: nos  últimos 12 meses a cidade registrou quase 1.200 acidentes de trânsito com mortes, sendo que 45% das vítimas foram pedestres, seguidos de motociclistas.

Encarar calçadas inexistentes ou intransitáveis, além das faixas de pedestre apagadas, faz parte do cotidiano de quem vive na capital. Embora conte com mais de 17 mil quilômetros de vias, uma grande porcentagem delas – e a Prefeitura sequer sabe exatamente quantas e onde estão localizadas – não têm calçadas. As que contam com calçadas e meios-fios são marcadas por inúmeros problemas que impedem a circulação das pessoas.

Se tomamos a Avenida Teotônio Vilela e a Avenida Marechal Tito, duas das vias em que mais aconteceram mortes de pedestres nos últimos 12 meses, um total de 12 cada, em vários de seus trechos as calçadas são muito estreitas e as pessoas andam no meio da rua.

Embora há anos haja uma legislação da Prefeitura específica para regulamentar as características das calçadas e aponta para a obrigação de que se construam passeios de acordo com estas regras. Entretanto, a responsabilidade tanto de implantar quanto manter estas estruturas continua sendo do dono do lote, como se ela fosse uma extensão do espaço privado, e não um espaço público.

Por exemplo, tem que haver uma distância de 1,20 m de calçada livre de qualquer mobiliário como lixeiras. Mas como pedestres que somos, sabemos que é muito raro que vias, avenidas, ruas cumpram esta exigência. Diante desse cenário, causa incômodo que no ano passado tenha sido lançado um programa de R$ 350 milhões para recapear as vias asfálticas -Asfalto Novo- , mas não para constituir ou reformar essas calçadas. Trata-se de um problema urgente, porque estamos tratando de mortes.

A proposta de um novo decreto regulamentando o conjunto de leis que tratam do  tema na cidade de São Paulo foi lançado em junho pela prefeitura. Mas infelizmente a governança dos passeios, ou seja a responsabilidade pela implementação e manutenção permanente das calçadas, assim como o destino dos passeios  que hoje não obedecem os padrões e regras, mais uma vez, não está sendo enfrentado.

Investigação sobre obra do Rodoanel expõe escândalo das desapropriações

(Raquel Rolnik e Debora Ungaretti)

Eduardo Anizelli/Folhapress

As desapropriações para o trecho norte do Rodoanel, conduzidas pela Dersa, a empresa pública responsável por construir, operar, manter e administrar rodovias no Estado de São Paulo, estão sendo  investigadas pelo Ministério Público. As obras também são alvo de investigação da Polícia Federal, cuja Operação “Pedra no Caminho”apura superfaturamento e sua possível relação com esquemas de corrupção, envolvendo a empresa OAS e o governo do estado de São Paulo .

A suspeita é de que as desapropriações tenham sido realizadas por somas até 1.ooo% acima dos valores de mercadogerando desvios de cerca de R$ 1,3 bilhão. Podemos citar dois casos emblemáticos que constam das investigações: em um deles, a Dersa ofereceu R$ 24 milhões em indenização por dois terrenos no Jardim Tremembé. Por conta de problemas relativos à documentação, o órgão que até então buscava fazer acordos por via amigável, optou por passar à via judicial. A titularidade dos terrenos é disputada entre a Empresa de Terrenos Cabuçu e outras famílias, dentre as quais a do deputado federal Celso Russomano (PRB). O laudo judicial avaliou os terrenos em R$ 12,9 milhões, ou seja, quase metade do valor que seria negociado.

Outro caso é o da desapropriação de terrenos, em Guarulhos, da empresa Empreendimentos Imobiliários Quadra de Ás, de propriedade de Francislene Assis de Almeida Corrêa, esposa do deputado federal Eli Correa Filho (DEM). O laudo inicial avaliou o terreno em R$ 4,8 milhões. Mas o laudo do perito judicial  resultou em R$ 37 milhões, e prevaleceu. Quem trabalha com a implantação de obras públicas comenta a respeito da existência de “máfias” nos processos de desapropriação que elevam artificialmente os valores devidos, onerando os cofres públicos e beneficiando proprietários, peritos, advogados e juízes. Mas este é um dos poucos casos em que estes esquemas estão sendo alvo de investigação.

Entretanto, não para por aí o escândalo envolvendo os processos de desapropriação para a construção desta obra. Em 2016, o Ministério Público Federal, o Núcleo de Habitação e Urbanismo da Defensoria Pública de São Paulo e o Instituto Polis propuseram uma Ação Civil Pública contra a Dersa e o estado de São Paulo por violações do direito à moradia em decorrência das obras do Rodoanel Norte. Ao acompanhar as famílias que estavam sofrendo remoções, as entidades identificaram a ausência de informações aos moradores, o que os impossibilitava de escolher o tipo de atendimento habitacional que poderiam acessar e os induzia a optar por indenizações irrisórias, sendo obrigados a sair de suas casas em prazos de 60 dias. Além disso, aqueles que optassem pelo atendimento definitivo – mudar-se para um apartamento em um conjunto habitacional –, na verdade, passavam a receber um auxílio aluguel no valor de R$ 480 mensais, mas sem previsão de um atendimento definitivo pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). O resultado é que muitas destas famílias acabaram por formar novos assentamentos precários, que estão se multiplicando na região, e, enquanto isso, a Ação Civil Pública – embora tenha sido proposta com o objetivo de interromper as remoções até que as irregularidades fossem sanadas – ainda está em fase de conhecimento, ou seja, a fase em que se reúnem as informações necessárias antes de qualquer julgamento.

Assim, na obra do Rodoanel, convergem perigosamente os dois escandalosos extremos dos processos de desapropriação: de um lado, desapropriações milionárias superfaturadas, e de outro, remoções que muitas vezes pioram as condições de moradia das famílias atingidas. No encontro das duas, aparece ainda outra notícia, mais antiga, envolvendo o trecho sul da obra. O ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza (conhecido como Paulo Preto), é apontado como operador de um esquema de propinas para o PSDB. O ex-diretor foi denunciado, em março deste ano, sob acusação de desviar quase R$ 8 milhões entre 2009 e 2011. A perversidade é que o  dinheiro  desviado era  destinado  justamente para construção de moradias para reassentar famílias removidas pela Dersa para a construção do Rodoanel…

FAUUSP 70 anos: a arquitetura, o urbanismo e o design brasileiros

Na semana passada, foi inaugurada a exposição FAU 70 anos no Centro Cultural Maria Antonia que registra e celebra a trajetória da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Nela, é possível acompanhar uma linha do tempo que vai da criação da escola, em 1948, até os dias de hoje, ressaltando momentos marcantes deste percurso. A linha inicia com o período de funcionamento da escola na Vila Penteado, um palacete residencial localizado no bairro de Higienópolis, projetado no início do século XX e doado à USP nos anos 1930. Ali foi criado um curso de arquitetura e urbanismo a partir da combinação da tradição da engenharia politécnica e das belas artes. A história continua com a mudança do curso para a Cidade Universitária, em 1969, para ocupar o edifício de autoria de Vilanova Artigas que, ao mesmo tempo, era uma escola e um projeto de ensino. A linha do tempo também ressalta as reformas curriculares de 1962 e 1968, que definiram projeto pedagógico presente até os dias de hoje, no qual a arquitetura se define como espaço intelectual de convergência das artes, das humanidades e das técnicas. Esta estrutura curricular incorporou, progressivamente, e de forma pioneira o ensino do urbanismo, do desenho industrial, da programação visual e do paisagismo.

O relato também percorre os anos 1970, quando é criada a pós-graduação em arquitetura e urbanismo, cujo programa de doutorado foi o primeiro e até 1998, o único nesta área no Brasil . Os anos 1970 foram também marcados por uma intensa atividade de resistência cultural e política contra a ditadura militar – que tem na enorme fotografia do Salão Caramelo inteiramente tomado por uma assembleia estudantil seu ícone mais forte. A exposição também destaca a expansão e consolidação dos espaços de pesquisa nos anos 1980; a construção de um edifício anexo para abrigar os laboratórios de modelos e ensaios, gráfica e audiovisual, e a construção de um canteiro experimental, que, nos anos 1990, concluem não apenas o conjunto de edificações, mas também o de práticas de ensino na escola. Já neste século a criação do curso de graduação em design e, posteriormente, de sua pós-graduação, bem como a implementação do primeiro programa de residência em urbanismo e a introdução das cotas para alunos de escolas públicas, pretos, pardos e indígenas,completam esse panorama.

Percorrer o espaço da exposição é entrar em contato com uma produção ampla e diversa, “da colher à cidade”, como definia Walter Gropius a proposta de ensino da Bauhaus, uma das fontes de inspiração do modelo de ensino da FAU: a busca por uma formação que permita a atuação em várias escalas e suportes.Uma formação humanista, com amplo espaço para a experimentação artística e a busca por excelência acadêmica.

Para além da produção individual de seus professores, alunos e ex-alunos – reconhecidamente profícua e diversa –, nestes 70 anos a FAU se destaca por sua contribuição fundamental à produção de conhecimento e a própria configuração dos campos da arquitetura, do urbanismo e do design brasileiros. Uma dessas contribuições, particularmente, foi a associação de uma escola, no sentido prático de um estabelecimento de ensino, com uma “escola”, corrente de pensamento dentro da arquitetura. Trata-se da chamada Escola Paulista ou Brutalista de Arquitetura Moderna, grupo de arquitetos e pensadores da arquitetura brasileira que constituiu, a partir dos anos 1950, um movimento no interior do modernismo. O prédio da FAU, projetado por Vilanova Artigas, no campus Butantã da USP, é uma das principais expressões e inspirações dessa escola.

Mas, talvez, uma das características mais relevantes da FAU seja sua enorme capacidade de renovação e reinvenção no presente. Não se trata, portanto, de um movimento “do passado”, do extinto século XX, com suas promessas de modernidade, mas de um léxico – e também, eu diria, de uma ética que se reatualiza diante dos desafios do presente.

Para além dos elementos construtivos e de linguagem, quero chamar a atenção aqui para outra característica central da Escola Paulista: a relação da arquitetura com o urbanismo ou do edifício com o lote e a cidade. A reflexão e debate sobre cidade – e seu planejamento – está presente desde o projeto inicial de criação da FAU com a proposta de organização de um Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos (CEPEU), instalado em 1955 e dirigido por Anhaia Melo entre 1957 e 1961. Até o início dos anos 1970, quando foi extinto, o CEPEU mantinha um vinculo com o projeto acadêmico da escola mas também envolveu-se em assessorias diretas para municípios paulistas. A extinção do CEPEU marca o fim da existência de um escritório de planejamento urbano dentro da escola, mas de forma alguma elimina a presença da FAU nas discussões, elaboração – e implementação – de políticas públicas –e forma que sua trajetória é indissociável da história do planejamento urbano e das políticas habitacionais na cidade de São Paulo e no Brasil.

Também destaco, na trajetória da FAU, a própria constituição de um pensamento no campo do design e de seu ensino, que tem suas origens no início dos anos 1960 no Brasil, com a criação da Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro, mas também com a introdução dos então denominados cursos de “desenho industrial” dentro da grade curricular obrigatória na FAUUSP. Decisão estratégica tomada na reforma curricular de 1962, os professores de DI, pioneiros e autodidatas, investiram em suas próprias especializações fora do país para poder oferecer esta formação na escola.

Poderiamos apontar ainda varias outras decisões estratégicas tomadas pela escola – como a criação da sequencia de paisagismo, o investimento na estruturação da pesquisa acadêmica através da organização de laboratórios e grupos de pesquisa, a incorporação de um espaço de experimentação de processos construtivos. Estes são apenas alguns elementos que não apenas mesclam a história da FAUUSP com a própria história da arquitetura, urbanismo e design brasileiros como também desafiam a septuagenária FAUUSP a se reinventar – como o fez , em diversos momentos, com a participação de docentes, discentes e funcionários , sem jamais perder sua raiz humanista, pluralista, e profundamente comprometida com a cidade e o país.

 

Esse assunto foi tema da minha coluna “Cidade para Todos”, na Rádio USP. Ouça aqui. 

Centro Cultural SP promove mês de reflexão sobre urbanismo e arquitetura paulistanos

O processo de urbanização, o planejamento e sua ausência, a arquitetura e seus protagonistas, e, principalmente, a cidade de São Paulo, serão objeto de dois ciclos promovidos pelo Centro Cultural São Paulo. Uma  programação especial exibirá filmes e palestras e mobilizará debatedores durante todo o mês de junho, com entrada franca.

Essa programação é dividida em dois ciclos: “São Paulo, o processo de urbanização e a metrópole” e “Arquitetura Moderna Brasileira”. As atividades acontecerão no CCSP, na Escola da Cidade e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Abaixo, disponibilizamos a programação, que também pode ser consultada no site do Centro Cultural São Paulo.

de 1º/6 a 1º/7
Residência Internacional de Arquitetura
São Paulo, Minhocão Under & Over – A sectional urbanism of the Minhocão and surroudings / São Paulo, Minhocão Por Baixo e Por Cima – O urbanismo seccional do Minhocão e seus arredores
correalização: Universidade de Toronto – The John H. Daniels Faculty of Architecture, Landscape and Design e Centro Cultural São Paulo – curadoria do projeto: Alexander Pilis -professores: Alexander Pilis e Maria Denegri – curadoria dos ciclos de palestras e dos filmes: Leandro Leão – design gráfico: Miguel Croce – mediação das palestras: Alexander Pilis e Leandro Leão
Estudantes canadenses e brasileiros examinam arquitetonicamente e seccionalmente, sob vários pontos de vista, o apparatus Minhocão e seu entorno. As atividades acontecerão no Centro Cultural São Paulo, na Escola da Cidade (Rua General Jardim, 65) e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Rua do Lago, 876 – Cidade Universitária). No CCSP, o debate será sobre o Minhocão e seu entorno, o processo de urbanização da cidade de São Paulo e seus projetos recentes. Na FAU/USP e na Escola da Cidade, o tema é a arquitetura moderna brasileira e seus principais arquitetos.

Programação no CCSP
Ciclo São Paulo, o processo de urbanização e a metrópole

aula-visita
dia 3/6 – domingo
11h Caminhada crítica pelo Minhocão e seus arredores
com: Frentes Arquitetura – José Alves e Juliana Corradini (arquitetos e urbanistas formados na FAU/USP e sócios do escritório Frentes. Em 2006, ganharam o 1º lugar no Prêmio Prestes Maia de Urbanismo, com o projeto Uma cicatriz corta a cidade: soluções para o Elevado Costa e Silva). Ida ao Minhocão de metrô para percorrê-lo em uma tarde de domingo, dia em que está fechado para os carros e há somente pedestres. Reconhecer e analisar o seu percurso, sua escala, seus edifícios e seu entorno.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Ponto de encontro: Sala de Debates

cinema
dia 5/6 – terça
18h Bem-vindo a São Paulo
(Brasil, 2007, 100min – documentário)
direção: Kiju Yoshida, Phillip Noyce, Wolfgang Becker e mais 15 diretores
Dezessete episódios realizados por diretores internacionais retratam a grandeza e a miséria de São Paulo. Como se poderia retratar toda a diversidade de São Paulo no cinema?
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Sala de Debates

dia 7/6 – quinta
20h São Paulo S/A
(Brasil, 1965, 111min)
direção: Luiz Sérgio Person – elenco: Ana Esmeralda, Eva Wilma, Otelo Zeloni, Nadir Fernandes, Osmano Cardoso, Silvio Rocha, Armando Paschoal, Altamiro Martins, Armando Sganzerla, Etty Frazer, Kleber Macedo, Carmen Maria, Cecília Rabelo, Lenoir Bittencourt, Maria Lysia, Mario F. C. Audrá, Victorio Bondioli, João Chalherani, Jean Laffront, Marcos Newman, Marta, Renato e Ricardo Gonda – apresentando: Walmor Chagas e Darlene Glória
Grande painel sobre o impacto das transformações sociais e econômicas de São Paulo, no surto da implantação da indústria automobilística, sob a visão de um sujeito em ascensão.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Sala de Debates

dia 21/6 – quinta
20h Linha de passe
(Brasil, 2008, 108min)
direção: Walter Salles e Daniela Thomas
No coração de uma das maiores metrópoles do mundo, São Paulo, quatro irmãos tentam reinventar suas vidas. Dario, prestes a completar 18 anos, sonha em ser jogador de futebol. O mais novo, Reginaldo, procura obstinadamente seu pai. Dinho, frentista em um posto de gasolina, busca na religião o refúgio. Dênis, o irmão mais velho, já é pai e sobrevive como motoboy. No centro disso, está Cleusa, 42 anos, grávida do quinto filho. Ela trabalha como empregada doméstica enquanto luta para manter os filhos na linha. Para sobreviver à brutalidade de uma cidade, eles só podem contar um com o outro.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Praça Mário Chamie (Bibliotecas)

dia 28/6 – quinta
20h PMR29: vinte e nove minutos com Paulo Mendes da Rocha
(Brasil, 2011, 29min – documentário)
roteiro e direção: Carolina Gimenez, Catherine Otondo, João Sodré, José Paulo Gouvêa e Juliana Braga
O filme é conduzido por uma conversa com Paulo Mendes da Rocha realizada em seu escritório em 2010. Ao apresentar algumas de suas principais obras, o arquiteto tece considerações acerca da compreensão da arquitetura em sua dimensão humana e essencialmente cultural. Paulo Mendes da Rocha é um dos mais importantes arquitetos brasileiros da atualidade, reconhecido internacionalmente pela qualidade dos projetos quem vem realizando desde os anos 1950. De acordo com os diretores, “Paulo nos apresenta particularidades de alguns de seus projetos construídos e mais do que isso, nos conduz para uma contundente reflexão sobre a situação contemporânea da metrópole, a nossa condição brasileira e a nossa ocupação das cidades. Na força de seu discurso, nos mostra que ainda é possível, nos dias de hoje, compreender a arquitetura em uma dimensão humana e essencialmente cultural”.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Praça Mário Chamie (Bibliotecas)
Debate: Após a exibição, haverá debate com Guilherme Wisnik (arquiteto, urbanista e doutor pela FAU/USP, mestre pela FFLCH/USP. Professor da Escola da Cidade), Juliana Braga (arquiteta e urbanista formada na FAU/USP e mestre pela mesma instituição. Sócia do escritório SPBR arquitetos) e Luiz Recamán (professor da FAU/USP e do programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo do Curso de Arquitetura e Urbanismo da EESC-USP)

debate
dia 19/6 – terça
18h São Paulo, os estrangeiros e a construção da cidade
com: Ana Lanna (professora da FAU/USP, autora de Uma Cidade na Transição: Santos – 1870/1913) e José Lira (professor da FAU/USP e autor de Warchavchik: fraturas da vanguarda)
Entre 2007 e 2011, o grupo de pesquisa Fapesp, com docentes, alunos de pós-graduação e graduação, entre as unidades da USP – FAU, FFLCH, EESC e Museu Paulista -, realizou estudo e análise da cidade de São Paulo desde o final do século 19 até a contemporaneidade, tendo como fio condutor as presenças estrangeiras, fundamentais nos processos de transformação física, demográfica, econômica social e cultural da cidade. Em 2011, publicaram o livro com coletânea de artigos, São Paulo, os estrangeiros e a construção das cidades, e o site estrangeiros.fau.usp.br, no qual estão organizados e disponibilizados de desenhos de projetos a fotografias das pesquisas desenvolvidas. Nesta mesa, serão abrangidas três escalas: do projeto urbano, da formação do bairro e do arquiteto.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Sala de Debates

dia 26/6 – terça
18h Projetos para São Paulo
com: Alexandre Delijacoiv (professor da FAU/USP e coordenador do Grupo Metrópole Fluvial) e Elisabete França (arquiteta e urbanista, superintendente de Habitação Popular e secretária adjunta de Habitação da Cidade de São Paulo – Sehab)
Nesta mesa serão apresentados projetos para a cidade de São Paulo realizados por duas instituições públicas, a FAU/USP e a Secretaria Habitação da Cidade de São Paulo. Em 2011, o Grupo de Pesquisa em Projeto de Arquitetura de Infraestruturas Urbanas Fluviais – Grupo Metrópole Fluvial -, a partir do contato com Departamento Hidroviário da Secretaria Estadual de Logística e Transportes do Governo do Estado de São Paulo, desenvolveu a Articulação Arquitetônica e Urbanística dos Estudos de Pré-viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Hidroanel Metropolitano de São Paulo. A Secretaria de Habitação da Cidade de São Paulo tem implantado sua política habitacional voltada para a atuação nos territórios precários com diversos projetos nas áreas periféricas da cidade, em programas e no concurso Renova SP.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Sala de Debates

Programação na Escola da Cidade
Ciclo Arquitetura moderna brasileira

cinema
dia 6/6 – quarta
18h Oscar Niemeyer, a vida é um sopro
(Brasil, 2007, 90min – documentário)
O arquiteto conta de forma descontraída como concebeu seus principais projetos. Mostra como revolucionou a arquitetura moderna, com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de utilização do concreto armado. Fala também sobre sua vida, seu ideal de uma sociedade mais justa e de questões metafísicas como a insignificância do homem diante do universo. O filme é costurado por imagens de arquivo inéditas e raras e por depoimentos de personalidades como os escritores José Saramago, Eduardo Galeano e Carlos Heitor Cony, o poeta Ferreira Gullar, o historiador Eric Hobsbawn, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o ex-presidente de Portugal Mário Soares e o compositor Chico Buarque.
Debate: Após a sessão, haverá debate com Anália Amorim (arquiteta e urbanista, professora do Departamento de Projeto da FAU/USP e professora e presidente da Associação Escola da Cidade)

palestra
dia 20/6 – quarta
18h Lina Bo Bardi
com: Marina Grinover (arquiteta, urbanista e mestre em Arquitetura pela FAU/USP. Professora da Escola da Cidade e sócia do escritório Base 3 Arquitetos)
A trajetória da arquiteta Lina Bo Bardi, que nasceu na Itália em 1914, mas que adota o Brasil como seu país a partir de 1946. É uma das figuras mais importantes pela sua atuação na arquitetura, mas também, junto com seu marido, Pietro Maria Bardi, pela relação com o meio cultural, em destaque para os projetos do MASP e SESC Pompeia.

Programação na FAU/USP
Ciclo São Paulo, o processo de urbanização e a metrópole

cinema
dia 1º/6 – sexta
19h Elevado 3.5
(Brasil, 2007, 72min – documentário)
direção: Paulo Pastorelo, Maíra Bühler e João Sodré
O dia a dia do Elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, é o tema deste documentário premiado no festival É Tudo Verdade, em 2007. O filme mostra os moradores da região e as pessoas que por ali passam.
Debate: Após a exibição, haverá debate com os diretores João Sodré (arquiteto e urbanista formado na FAU/USP, mestre e doutorando na mesma instituição. Professor do curso de Arquitetura da Universidade São Judas Tadeu. Sócio do escritório Grupo SP) e Paulo Pastorelo (arquiteto e urbanista formado pela FAU/USP, com diversos trabalhos na área de cinema, como Vale o Homem seus Pertences, realizado em coprodução com STV – Rede SESCSENAC de Televisão)

Ciclo Arquitetura moderna brasileira

cinema
dia 27/6 – quarta
17h Vilanova Artigas
Este documentário lança um múltiplo olhar sobre o trabalho deste mestre da arquitetura brasileira do século 20. O depoimento dos filhos Júlio e Rosa, do professor Julio Katinsky e dos arquitetos Ruy Ohtake, Fabio Penteado, Paulo Mendes da Rocha e Oscar Niemeyer revelam o mundo de um homem de temperamento forte, brilhante educador, e um arquiteto que acreditava na convivência entre a lógica da ciência e a pedagogia torta do fazer artístico. Também viaja por dentro dos projetos mais importantes de Vilanova Artigas, mostrando a genialidade simples dos seus desenhos – linhas elegantes que sustentam toneladas.
Debate: Após a exibição, haverá debate com Mônica Junqueira (professora da FAU/USP e conselheira do Conpresp no período de 2004 a 2007) e Rafael Urano (arquiteto, urbanista e doutorando pela FAU/USP. Sócio do escritório 23 Sul)

“Hoje, nosso slogan deveria ser ‘São Paulo não pode morrer'”

Sábado passado, o Correio da Cidadania publicou artigo do professor João Whitaker, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, sobre a cidade de São Paulo. Confiram abaixo.

São Paulo vai morrer

As cidades também morrem. Há meio século, o lema de São Paulo era “a cidade não pode parar”. Hoje, nosso slogan deveria ser “São Paulo não pode morrer”. Porém, parece que fazemos todo o possível para apressar uma morte anunciada. Pior, o que acontece em São Paulo tornou-se infelizmente um modelo de urbanismo que se reproduz país afora. A seguir esse padrão de urbanização, em médio prazo estaremos frente a um verdadeiro genocídio das cidades brasileiras.

Enquanto muitas cidades no mundo apostam no fim do automóvel, por seu impacto ambiental baseado no individualismo, e reinvestem no transporte público, mais racional e menos impactante, São Paulo continua a promover o privilégio exclusivo dos carros. Ao fazer novas faixas para engarrafar mais gente na Marginal Tietê, com um dinheiro que daria para dez quilômetros de metrô, beneficia os 30% que viajam de automóvel todo dia, enquanto os outros 70% se apertam em ônibus, trens e metrôs superlotados. Quando não optam por andar a pé ou de bicicleta, e freqüentemente demais morrem atropelados. Uma cidade não pode permitir isso, e nem que cerca de três motociclistas morram por dia porque ela não consegue gerenciar um sistema que recebe diariamente 800 novos carros.

Não tem como sobreviver uma cidade que gasta milhões em túneis e pontes, em muitos dos quais, pasmem, os ônibus são proibidos. E que faz desaparecer seus rios e suas árvores, devorados pelas avenidas expressas. Nenhuma economia no mundo pode pretender sobreviver deixando que a maioria de seus trabalhadores perca uma meia jornada por dia – além do duro dia de trabalho – amontoada nos precários meios de transporte. Mas em São Paulo tudo se pode, inclusive levar cerca de quatro horas na ida e volta ao trabalho, partindo-se da periferia, em horas de pico.

Uma cidade que permite o avanço sem freios do mercado imobiliário (agora, sabe-se, com a participação ativa de funcionários da própria prefeitura), que desfigura bairros inteiros para fazer no lugar de casas pacatas prédios que fazem subir os preços a patamares estratosféricos e assim se oferecem apenas aos endinheirados; prédios que impermeabilizam o solo com suas garagens e aumentam o colapso do sistema hídrico urbano, que chegam a oferecer dez ou mais vagas por apartamento e alimentam o consumo exacerbado do automóvel; que propõem suítes em número desnecessário, o que só aumenta o consumo da água; uma cidade assim está permanentemente se envenenando. Condomínios que se tornaram fortalezas, que se isolam com guaritas e muros eletrificados e matam assim a rua, o sol, o vento, o ambiente, a vizinhança e o convívio social, para alimentar uma falsa sensação de segurança.

Enquanto as grandes cidades do mundo mantêm os shoppings à distância, São Paulo permite que se levante um a cada esquina. Até sua companhia de metrô achou por bem fazer shoppings, em vez de fazer o que deveria. O Shopping Center, em que pese a sempre usada justificativa da criação de empregos, colapsa ainda mais o trânsito, mata o comércio de bairro e aniquila a vitalidade das ruas.

Uma cidade que subordina seu planejamento urbano a decisões movidas pelo dinheiro, em nome do discutível lucro de grandes eventos, como corridas de carro ou a Copa do Mundo, delega as decisões de investimentos urbanos não a quem elegemos, mas a presidentes de clubes, de entidades esportivas internacionais ou ao mercado imobiliário.

Esta é uma cidade onde há tempos não se discute mais democraticamente seu planejamento, impondo-se a toque de caixa políticas caça-níqueis ou populistas, com forte caráter segregador. Uma cidade em que endinheirados ainda podem exigir que não se faça metrô nos seus bairros, em que tecnocratas podem decidir, sem que se saiba o porquê, que o mesmo metrô não deve parar na Cidade Universitária, mesmo que seja uma das maiores do continente.

Mas, acima de tudo, uma cidade que acha normal expulsar seus pobres para sempre mais longe, relegar quase metade de sua população, ou cerca de 4 milhões de pessoas, a uma vida precária e insalubre em favelas, loteamentos clandestinos e cortiços, quando não na rua; uma cidade que dá à problemática da habitação pouca ou nenhuma importância, que não prevê enfrentar tal questão com a prioridade e a escala que ela merece, esta cidade caminha para sua implosão, se é que ela já não começou.

Nenhuma comunidade, nenhuma empresa, nenhum bairro, nenhum comércio, nenhuma escola, nenhuma universidade, nem uma família, ninguém pode sobreviver com dignidade quando todos os parâmetros de uma urbanização minimamente justa, democrática, eficiente e sustentável foram deixados para trás. E que se entenda por “sustentável” menos os prédios “ecológicos” e mais nossa capacidade de garantir para nossos filhos e netos cidades em que todos – ricos e pobres – possam nela viver. Se nossos governantes, de qualquer partido que seja, não atentarem para isso, o que significa enfrentar interesses poderosos, a cidade de São Paulo talvez já possa agendar o dia se deu funeral. Para o azar dos que dela não puderem fugir.

João Sette Whitaker Ferreira, arquiteto-urbanista e economista, é professor da Faculdade de Urbanismo da Universidade de São Paulo e da Universidade Mackenzie.

Documentário propõe reflexão sobre o espaço público do Recife e seus processos de transformação

Em meio às atuais discussões sobre a questão urbana no Recife, um grupo de arquitetos e cineastas produziu o documentário “Velho Recife Novo”, propondo uma reflexão sobre o espaço público da cidade e seus processos de transformação.

Segue abaixo o vídeo, acompanhado de sinopse:

 

Sinopse: Oito especialistas de diversas áreas (arquitetura e urbanismo, economia, engenharia, geografia, história e sociologia) opinam sobre a noção de espaço público na cidade do Recife e destacam temas como: a história do espaço público na cidade, o efeito dos projetos de grande impacto no espaço urbano, modos de morar recifenses, a relação entre a rua e os edifícios, a qualidade dos espaços públicos, legislação urbana, gestão e políticas públicas e mobilidade.

Realização: Luís Henrique Leal (cineasta), Caio Zatti (cineasta), Cristiano Borba (arquiteto) e Lívia Nóbrega (arquiteta).