A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #34: Transporte gratuito para idosos é um direito

Idosos de menos de 65 anos não têm mais direito à gratuidade no transporte público na cidade de São Paulo. A medida conjunta de João Doria e Bruno Covas é inconstitucional e deixa a população idosa ainda mais vulnerável na crise sanitária e econômica. É sobre isso que fala o episódio 34 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast.

Leia a nota técnica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviada ao Ministério Público e Defensoria Pública apontando falhas legais no decreto.

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #27: Cracolândia tem solução!

Bombas, destruição, estigmatização e violência têm sido a tônica das políticas públicas para a “Cracolândia”. As problemáticas que permeiam a região são complexas e o tripé repressão/destruição/remoção fracassou em transformar a área. Propostas responsáveis e humanizadas podem de fato melhorar a qualidade de vida de quem mora ou transita pela Luz/Campos Elíseos. É sobre isso que fala o episódio 27 do “A Cidade é Nossa”, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotify, apple podcasts, google podcasts e overcast

Luz para os Campos Elíseos” é a proposta-manifesto elaborada pelo Fórum Aberto Mundaréu da Luz – uma articulação de instituições, grupos de pesquisa, coletivos e população que vive nessa região – . O documento evidencia o fracasso das políticas vigentes e elenca propostas para esses territórios. Veja também o documento “Campos Elíseos Vivo”, projeto de intervenção urbanística e social.

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #26: Dia Mundial do Habitat

Hoje, 5 de outubro, é o Dia Mundial do Habitat. Dia de repensar nossos modelos de cidade, destinados a maximizar rentabilidades e promover o incremento exponencial do consumo e da circulação, destruindo a Terra e os meios de vida. Hoje é dia de lutar por um urbanismo que proteja a vida! É sobre isso que fala o episódio 26 do A Cidade é Nossa, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast.

A Cidade é Nossa com Raquel Rolnik #22: Pauta bomba na ALESP

Está tramitando na ALESP, em regime de urgência, o PL 529, de autoria do governador de São Paulo, que será votado amanhã (18/08). O texto é perigoso, pois não apenas extingue importantes órgãos como o Instituto Florestal, a CDHU e a EMTU, sem colocar nada no lugar, como permite que se retire fundos das universidades estaduais e FAPESP. É sobre isso que fala o episódio 22 do A Cidade é Nossa, produzido por Raquel Rolnik e Amanda Mazzei, da equipe do LabCidade. Para ouvi-lo na sua plataforma de podcast favorita acesse: spotifyapple podcastsgoogle podcasts e overcast

O que esperar da política urbana em 2016? Ou o lado bom da crise

Em meio ao terremoto político-econômico que marcou 2015, vale a pena pensar que perspectivas essa crise traz para as cidades brasileiras em 2016. Um dos motivos principais da crise é a emergência –no sentido de tornar públicos, visíveis e conhecidos– dos mecanismos e relações que aliam o interesse de grandes empresas com os de grandes partidos políticos, e que, historicamente, têm enorme impacto na política urbana.

É possível até mesmo afirmar que a política urbana tem sido, na sua quase totalidade, definida por essa relação, que tem o poder de determinar, a partir de acordos entre empresas, partidos e governos, que investimentos serão feitos, assim como onde e de que forma a cidade se desenvolverá. Os anos de abundância de dinheiro, inclusive, alimentaram de forma avassaladora esta máquina perversa de associação entre interesses privados e as políticas públicas, com megaprojetos milionários e obras faraônicas de questionável necessidade.

Hoje esse “modus operandi” que exerce enorme influência no destino de nossas cidades está finalmente em xeque. Assim, apesar das dificuldades que momentos de crise apresentam, esse é um primeiro elemento que pode ser muito positivo para o futuro de nossas cidades, desde que estejamos dispostos a ir até as últimas consequências para superar esse modelo, que envolve hoje, repito, a totalidade dos grandes partidos no Brasil.

Transformar radicalmente esse modo de fazer política abre a perspectiva de que a política urbana possa de fato atender às necessidades dos cidadãos em cada cidade, e não às expectativas de lucro nos negócios de empresas financiadoras de campanhas, apoiadas em suas relações com partidos políticos e seus representantes nos legislativos e executivos país afora.

Para além disso, em função da crise econômica já estamos vivendo uma forte redução de investimentos públicos, e as pessoas já têm menos dinheiro no bolso e menos capacidade tanto de gastar como de poupar ou investir. É claro que os efeitos da recessão são muito negativos, especialmente para a população mais pobre, que mais depende de políticas públicas. Mas existe um outro lado nessa história…

Outros momentos de crise econômica e redução drástica na capacidade de gastos dos governos –penso especialmente nos anos 1990– mostraram-se muito férteis em termos de políticas municipais inovadoras, particularmente no campo da moradia e da política urbana. Foi nesse período que conseguimos realizar experiências de construção de moradias populares com mutirões e autogestão dos moradores, avançamos nos processos de reconhecimento e urbanização de favelas, com programas implementados com a participação direta da população, desenvolvemos experiências de orçamentos participativos… enfim, foram tempos de escassez em que governos conseguiram se virar e mobilizar a população para enfrentar nossos grandes desafios.

A diferença é que, naquela época, novos partidos de expressão popular ainda estavam nascendo ou se consolidando, repercutindo anseios e necessidades da população em nível local. Foi quando administrações democrático-populares foram eleitas e políticas inovadoras, com profundo sentido redistributivo e desejo de radicalização democrática, foram experimentadas. Tudo isso foi esvaziado, quando não totalmente desmontado, na era da abundância, quando até mesmo os novos partidos, já com grande presença no cenário político nacional, escolheram o caminho da velha forma de fazer política.

É importante que se diga, porém, que embora o mundo da política em geral esteja muito contaminado por essas velhas práticas, isso não significa que a totalidade dos parlamentares e detentores de cargos políticos tenha adotado esta posição. Muitos foram marginalizados, ou sequer tiveram espaço para crescer dentro dos partidos, por não compactuar com tais práticas. O enorme desafio para todos que fazem política com seriedade é constituir novas lideranças capazes de ecoar os desejos de mudança que existem na sociedade.

As duas grandes incógnitas que 2016 nos coloca, portanto, são: se conseguiremos de fato desmontar e enterrar esse velho modo de fazer política, e se teremos capacidade de inovar na elaboração de políticas públicas para enfrentar o cenário econômico adverso.

Enfim, muitos atravessaram 2015 com perplexidade diante da atual situação. Prefiro ser mais otimista e vislumbrar, no horizonte de 2016, a esperança de construção de mudanças profundas… se estes são tempos difíceis, que possam ser também tempos de transformação, inovação e criatividade para formular e implementar políticas alternativas, melhores e mais eficazes do que parte do que fizemos na farra dos anos de fartura.

*Publicado originalmente no site da Folha.

“Políticas Públicas e Direito à Cidade” é tema de publicação do Observatório das Metrópoles

O Observatório das Metrópoles lançou, recentemente, o Caderno Didático Políticas Públicas e Direito à Cidade, voltado à formação de agentes sociais e conselheiros municipais.

Os artigos apresentados na publicação estão divididos em quatro módulos: Democracia e Políticas Públicas; Reforma Urbana e Direito à Cidade; Conflitos Urbanos e Estratégias de Exigibilidade do Direito à Cidade; e Políticas estratégicas na Baixada Fluminense.

O objetivo do caderno, segundo os organizadores, é “contribuir para a formação de agentes sociais e conselheiros municipais, de modo a fortalecer os canais de participação social, em especial, os conselhos das cidades, enquanto esferas de interação entre o poder público e a sociedade organizada.”

Para baixar a publicação na íntegra, clique aqui.

Virada Esportiva: evento pontual ou política permanente de esporte e lazer?

Começa neste sábado, às 8h, a quarta edição da Virada Esportiva de São Paulo. Serão 36 horas de atividades gratuitas – voltadas para públicos de todas as idades – em várias regiões da cidade. Segundo os organizadores, duas mil atividades foram programadas e cerca de três milhões de pessoas são esperadas. O evento termina às 20h de domingo.

Você pode checar a programação no site oficial da Virada Esportiva: http://viradaesportiva2010.com.br

A participação da população num evento como este – 1 milhão de pessoas na primeira edição, 3 milhões na última – evidencia que existe na cidade uma forte demanda por atividades esportivas e recreativas. A ocupação dos espaços públicos com esse tipo de atividade é positiva em vários aspectos: tanto pela promoção da saúde, quanto pela inclusão social através do esporte e até mesmo do ponto de vista urbanístico pela valorização dos espaços.

No entanto, falta a São Paulo uma política pública permanente de esporte e lazer, que ofereça à população, gratuitamente, programas regulares de atividades físicas – com orientação de profissionais de educação física, nutrição e de outras áreas da saúde – e que qualifique os espaços públicos, principalmente na periferia da cidade. Algumas cidades já têm políticas deste tipo, como Recife e Fortaleza. No Recife, por exemplo, desde 2002 funciona o programa Academia da Cidade, tanto em regiões nobre quanto em bairros da periferia.

Vazios urbanos e moradores de rua são tema de encontro de hackers em São Paulo

No próximo domingo (10), dezenas de hackers e entusiastas das tecnologias digitais estarão reunidos para pensar a questão da moradia na cidade de São Paulo. Vazios urbanos e moradores de rua serão o tema da edição 2010 do Transparência Hack Day, que acontecerá na Casa de Cultura Digital (Rua Vitorino Carmilo, 459 – Santa Cecília), das 14h às 20h.

Através de uma ferramenta chamada ushaidi, os participantes pretendem mapear e cruzar dados “para levantar oferta e demanda de moradia e pensar em políticas públicas efetivas para a questão das moradias, indicando com precisão dados e localizações.” As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas através do link: http://bit.ly/913tCG

Saiba mais sobre o Transparência Hack Day, clicando aqui.