São Paulo: a voz das ruas e a oportunidade de mudanças

Ontem estive na manifestação contra o aumento das passagens em São Paulo. Há muitos anos eu não via nada parecido. Aliás, é muito estranho a imprensa falar em 65 mil pessoas na manifestação. Eu diria que tinha muito mais que 100 mil… Pensando sobre o que aconteceu ontem, me lembrei de quando, lááá atrás, nós estávamos derrubando a ditadura, lutando por eleições diretas, reconstruindo as representações políticas do país. Naquela época nós íamos pra rua com nossas próprias faixas, bandeiras e cartazes, feitos em casa por nós mesmos, muito antes dessa era em que candidatos a representantes são vendidos que nem sabonete ou outro produto qualquer, com campanhas de marketing milionárias.

Aliás, essa é uma das razões por que o direito à cidade – promessa que fazíamos pra nós e pro Brasil naquela época – não avança. Porque campanhas milionárias dependem de doações de interesses corporativos que as financiam e que depois cobram a fatura, impondo suas pautas e agendas na construção das políticas públicas. Essa é, portanto, uma primeira questão entre tudo o que vi ontem: uma espécie de renascimento de práticas já esquecidas, de retomada de reivindicações importantes, de luta por direitos sociais básicos, além de muitas práticas e métodos novos. Isso estava expresso em cartazes que falavam de “saúde, educação e transporte pra todos”, por exemplo. Sinal de que a sociedade brasileira está muito feliz de ter mais dinheiro para comprar mais coisas, mas que isso não é suficiente.

Folha Online / Miguel Schincariol / AFP

Folha Online / Miguel Schincariol / AFP

Também me pareceu muito visível o desejo de participação. As pessoas querem ser consultadas, querem que suas opiniões sejam levadas em conta. A democracia representativa no Brasil está claramente vivendo uma crise. Por outro lado, o projeto de democracia direta, também anunciado décadas atrás e já experimentado, claramente retrocedeu… Os conselhos, as consultas públicas, no geral, foram esvaziados de conteúdo e, sobretudo, de poder decisório. É importante reconhecer que não conseguimos avançar na direção da construção do controle social sobre as políticas e o espaço público. Especialmente a política urbana – completamente capturada por esses interesses corporativos, entre eles, o das empresas de ônibus – viveu até agora um grande retrocesso.

Obviamente, essa não é uma questão exclusiva de São Paulo. As grandes manifestações que ontem tomaram conta de cidades em todo o país – Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba, Porto Alegre etc – comprovam. Outras pautas presentes no ato que me parece importante mencionar foram a defesa da não violência e do direito à livre manifestação – muito bem expressa no bordão “que coincidência, não tem polícia, não tem violência” –, e também o contexto pré-Copa do Mundo e Jogos Olímpicos que estamos vivendo e que tem ensejado inúmeras violações de direitos.

Depois do turbilhão de ontem, hoje de manhã participei da reunião do Conselho da Cidade, que contou com a participação de representantes do Movimento Passe Livre (MPL), que colocaram suas questões com muita clareza. O prefeito Fernando Haddad, por sua vez, assumiu postura bem mais aberta e flexível ao diálogo. Aliás, ele anunciou que a consulta pública da nova licitação pra contratação dos serviços do transporte coletivo, que se encerrava ontem, terá o prazo adiado. O mais interessante da reunião foi que os conselheiros foram praticamente unânimes com relação à proposta de imediata redução da tarifa, com revisão dos custos do transporte, dos contratos, e abertura dessas contas.

A opinião majoritária entre os conselheiros é que o prefeito tem diante de si uma grande oportunidade de finalmente enfrentar, com o apoio das ruas, os interesses que têm nos impedido de construir uma cidade inclusiva, para todos. Evidentemente a resposta da prefeitura não pode ser simplesmente a anulação do aumento, precisa ir muito além dessa questão (afinal, não são 20 centavos!), em direção da construção de uma real ruptura com o modelo rodoviarista, de uma política de mobilidade pactuada, absolutamente includente, baseada no transporte coletivo, e na decisão desses processos de forma participativa e com absoluta transparência na contratação de serviços pela prefeitura.

A cidade de São Paulo está vivendo um momento histórico. Estamos diante de uma oportunidade única de começar a reverter o atraso da nossa política urbana. Se conseguirmos de fato avançar, isso será importante não apenas para os paulistanos, mas para todo o país e também para o mundo, já que nossas reivindicações se relacionam fortemente com o que vem acontecendo em outros países, como a Turquia e a Espanha, por exemplo. Assim, esperamos que o prefeito Haddad compreenda a enorme chance que tem diante de si.

35 comentários sobre “São Paulo: a voz das ruas e a oportunidade de mudanças

  1. Boa tarde professora Raquel…
    A redução imediata das tarifas, não acarretará numa maior deterioração do transporte em si?

  2. Raquel, posso dizer o mesmo q um rapaz falou para a escritora Lygia Fagundes Telles quando ela ia de noite descendo a Augusta (após uma sessão de cinema) e ela começando a achar que o rapaz estava a acompanhando ou algo do gênero; ela naquela atmosfera persecutória, passos mais espaçados, eis que consegue entrar no prédio onde mora, eis que resolve voltar o corpo em direção a portaria quando já se sente um pouco aliviada, eis que o rapaz toca no portão do prédio e grita: “Lygia (nesse caso, Raquel): Te amo!”. Lindo registro da manifestação e sempre precisa Raquel! Aqui em casa apostamos sempre seu signo, algo em ar, aquário, não sei………………..

  3. Tenho a leve sensação de que fomos usados e instrumentalizados pela direita reacionária.

    A rede de ativistas Avaaz, que promove petições online ao redor do planeta, pretende reunir 5 milhões de assinaturas para apresentar um pedido de impeachment da presidente da República. Às 17 horas desta terça-feira (18), mais de 204 mil pessoas haviam aderido à campanha que tem como objetivo “acabar com a corrupção, desvio de dinheiro público, sucateamento da saúde, das estradas, da educação, segurança pública e outros”.

    • Prepare 20 milhões de assinaturas. Pois se a Dilma sair quem assume é o Michel Temer com denúncias no Mensalão de DEM e de ter contatos com Carlinhos Cachoeira, logo após temos o Henrique Eduardo Alves julgado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte por improbidade administrativa, seguindo a linha de sucessão temos o Renan Calheiros que dispensa apresentações e correndo por último o Joaquim Barbosa que é uma opção boa.

      Não sou nenhum fã da Dilma, mas as outras opções não me parecem melhores.

  4. Raquel, você é uma das poucas pessoas que coloca as questões da cidade sob o ponto de vista de quem vive aqui, sem vícios de tecnocratas e políticos. Deve ser difícil para você manter a mente tão clara, vivendo rodeada destas pessoas.

  5. PARTICIPAÇÃO da sociedade nas políticas públicas! É o que nos restava e agora nos parece possível.
    Sugiro o programa Roda Viva (http://www.youtube.com/watch?v=BYASRwXiQ4g) em que são entrevistados dois líderes do MPL: a estudante de Direito Nina Cappello e o professor de História Lucas Monteiro de Oliveira.
    Um comentário para reflexão acerca da contagem de PARTICIPANTES na manifestação de ontem: quando “calculam” e divulgam somente 50 mil na manifestação de ontem e 3 ou 4 milhões na Parada Gay, acaso não querem subestimar cidadãos em detrimento daqueles que “saem do armário”? Que tipo de interesse há nisso?

    • Cheguei a tempo da manifestação da Av. Rio Branco para assistir o Programa Roda Viva em que foram entrevistados os dois jovens numa redoma que mais me pareceu inquisidora.

      As diretrizes e princípios básico do Movimento Passe Livre atuante há 8 anos, que descompatibilizando da atuação UNE e de outros instituições estudantis, sendo pois, independente, a favor da livre associação, apartidário, sem a sustentação e a formalização jurídica e com a tomada de decisões por consenso, repudiando assim, a qualquer tipo de ordem hierárquica, que ao me ver, engloba teorias, ações e métodos saídos da filosofia política Anarquista.

      Pessoalmente, sou simpatizante, a toda a forma de. transformações ocorrentes no mundo de uma economia globalizada, como forma de se romper com esses valores tradicionais e peçonhentos, fortemente ligados ao regime capitalista e à igreja católica.

      Durante, o Regime Militar (1964-1985), as principais expressões anarquistas no Brasil foram o Centro de Estudos Professor José Oiticica, no Rio de Janeiro. Os outros centros em nos estados como São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros, foram todos fechados no final da década de 1960, mas seus militantes continuaram se encontrando clandestinamente, publicando livros e se correspondendo de outros países. Mas a partir da década de 1970 surge na Bahia o jornal O Inimigo do Rei, impulsionando a formação de novos grupos anarquistas, No Rio Grande do Sul, nos anos oitenta, cria-se, o Centro de Estudos em Pesquisa Social – CEPS, voltado para o trabalho social. No ano de 1986, na cidade de Florianópolis, é realizada a Primeira Jornada Libertária com o lançamento das bases para a reorganização da Confederação Operária Brasileira – COB/AIT e a Organização dos Anarquistas. Mas…

      Mas que infelizmente, o que evidencia o quanto o Movimento do Passe Livre pode ser a ponta de lança que o capitalismo globalizado pode usá-lo com o esteio “a desordem” , e o grito dos jovens terá de saber lidar com uma ameaça feroz: A DIREITIZAÇÃO. Já corre na internet o abaixo assinado do Impeachment da presidente Dilma com mais de 250 mil assinaturas, só hoje..
      .
      O aparelho midiático que serve a esses interesses já foi acionado. A grande imprensa já está mobilizada para maquiar o movimento de acordo com um ideário conservador, por isso o Movimento Passe Livre precisa fazer que o seu recado ser entendido.

      O que queremos é derrubar as barreiras entre ricos e pobres, quebrar os muros entre centro e periferia, consolidar o povo como um ator político e lutar por um Brasil com justiça social, sem desigualdade e com oportunidades iguais para todos e todas. Nada mais. É necessário uma maior reflexão sobre o alcance que as redes sociais, extremamente, anárquico, têm hoje em nossa sociedade. Em um mundo tecnológico, em que os espaços físicos estão cada vez mais próximos, as fronteiras estão ultrapassados, há que se ter em mente que um simples ato “progressiva”, aparentemente tímida, pode tomar proporções graves e incontroláveis. É esse o meu recado.

      • Primeiro, uma resposta ao Alexandre: acaso Raquel considerasse “difícil… manter a mente tão clara, vivendo rodeada destas pessoas” , e se decidisse pelos caminhos mais fáceis, só conversando com “esclarecidos”, creio que já teria abandonado suas aulas na FAU USP, tampouco perderia tempo com blog.
        Quanto aos possíveis riscos que ocorrem ao futuro do MPL, comentados pela AMA do Rio, nada mais que normal ante a tudo que realizamos na vida. Ou deixaríamos de formular e efetivar algo concreto e pontual com medo de desbobramentos e manipulações? O MPL repete ene vezes a pauta dos R$ 3,20 como um absurdo ante o “transporte público” que temos na cidade de São Paulo. De quebra, lança uma bela reflexão sobre o transporte coletivo como um componente importante no Direito à Cidade, relacionando isso ao vício que temos no País em subsidiar cidades rodoviaristas, ou seja, imensos áreas urbanas em que prepondera o transporte individual (e subsídios para a industria automobilística não cessam).
        Na manifestação de ontem, em caminhada desde o Largo da Batata até a ponte estaiada na Marginal Pinheiros, passando por “novas centralidades” construídas na última década como que do nada, observei que torres e mais torres de concreto, aço e vidro, mais parecendo cenário da China, shoppings novos só para bacanas, reforçando com a própria ponte escultórica mais adiante, o “cheiro de ralo” que emana do rio Pinheiros, tanto quanto do córrego que passa no centro da Av. Berrini são exemplos de como a sanha do capitalismo selvagem age em termos privatistas sem o menor pudor. Constrói-se cidades para serem vistas em cartões-postais, mas não para serem vivenciadas por cidadãos de fato. Do “cheiro de ralo” ao esfrega em ônibus tipo “navio negreiro”, chegamos ao ponto em que a grita se justifica pelo que se sofre no aqui-agora.

      • Ontem no Jornal da Cultura, os comentaristas cobravam do MPL uma liderança. Diziam que o movimento não tem uma. Decerto eles não assistiram o Roda Viva de segunda.

  6. Ótimo texto! De fato, temos uma oportunidade única de unir população e governantes contra os interesses empresariais que tanto barram as melhoras coletivas!

  7. Muito lúcida a análise que Raquel Rolnik faz acerca das manifestações, pontuando que essa é uma oportunidade de se estabelecer qual é a cidade que queremos. A cidade inclusiva. A cidade de todos. Garantir o direito de ir e vir com segurança e mobilidade de casa ao trabalho, escola e ao lazer. A cidade que garante o exercício da cidadania na sua plenitude. A não cidade do e para o capital.

  8. Raquel, concordo contigo, mas considero preocupante a virada conservadora que ameaça se apropriar de parte da mobilização. O MPL, pelo que apresentou até agora, tem princípios democratizantes. Mas nem todos estão orientados pelo mesmo interesse. A cobertura por parte da maioria dos veículos de imprensa quer fortalecer uma visão de que se trata de uma mobilização contra o governo federal, uma espécie de “Fora Dilma!”. O relato do jornalista Rodrigo Vianna é sintomático (http://www.rodrigovianna.com.br/palavra-minha/foda-se-o-brasil-gritava-o-rapaz-em-sp.html). Recusar-se a fazer uma leitura política mais abrangente, por parte dos manifestantes, pode vir a significar um grande erro. Porque outros já estão emplacando as leituras mais diversas. A tentativa do MPL de manter a pauta centrada no tema dos transportes era correta, mais foi atropelada pelos diversos interesses (reacionários) que procuraram apropriar-se da mobilização. O momento é de reflexão.

  9. Gostaria de dizer do imenso receio que é a direção que este movimento pode tomar bem dito pela AMA acima – ponta de lança…, ao entender que esta associado ao crescente movimento contra a esquerda (é o que tenho percebido), no entanto se essa é a vontade dos meninos bem criados ironicamente talvez avancem mais no direito a cidade do que foi conseguido até hoje enquanto movimento social.

  10. Pensei que fosse ficar até o final do processo (oi?) sem abrir a boca. Ando passando ao largo.Só vendo figurinhas… me emocionando com lindas imagens (replay do “o povo unido jamais será vencido!” na versão “Fiat” ( presente do subjuntivo do verbo “Facere”) e lamentando algumas – “Querida, vc não sabe o que é Guerra Civil? É simples assim: bebe-se o sangue do irmão como se fosse groselha. E por motivos há muito esquecidos ou que se tornaram difusos…”

    Raquel,
    Gosto muito do teu espaço e do “aplomb” da tua figura . O Blog passa a credibilidade do ‘dever feito em casa’, em tempos dos “embrulha e manda’ e “depois se acerta”. (Hoje cheguei aqui via reblogged do ‘Beto Bertagna a 24 quadros’.). Grata pelas aulas de ‘capricho’ e antes que ‘bacana’ se torne uma palavra chula, você é (do restrito ao amplo e vice-versa 🙂 ).

    Ama dos Postos…,
    É um belo recado! Lúcido, com visão histórica (1964/1985 – Opa!), de alguém que aprendeu a elencar ganhos secundários, (a quem interessa?) Lembrou-me, um querido Prof.: “Manifestação sem comando é surto”
    Como moradora da fronteira (Copa/Ipa), mais que AMAr de volta, eu hoje eu te faço uma reverência.
    Gasshô Norma

  11. te respeito e fui ler tua opiniao para conseguir entender o momento, mas me preocupa os oportunistas dos partidos de direita q. tentaram usar esse moviemento com certeza…

    • Norma, quase que tive uma síncope quando vi as depredações e pichações da ALERJ, nas igrejas e ao lado onde fica o Paço Imperial com todas as obras dos renomados pintores e as artes sacras.dos séculos XVII e XVIII. Na minha mente, só se passada “Ai, Meu Deus, eles vão entrar, eles vão entrar….”
      Aquele espaço, em questão é considerado um centro histórico e de memória mais completo por que passou a cidade do Rio de Janeiro, desde a colônia até a Velha República.
      Mas na verdade, o que quero , é saber como as artes sacras dos séculos XVII e XVII, foram parar em mãos da Fundação Roberto Marinho? O que me deixa sem saber, é a ligação do IPHAN com a Fundação Roberto Marinho. Afinal, quem detêm o direito das obras sacras, que antes estavam em mãos das igrejas católicas? Pois, penso que é uma relíquia pública, e não privada.
      E outra. Onde é que está a Nossa Senhora da Cabeça trazida da Espanha pela família Correa de Sá, logo após, a fundação da cidade do Rio de Janeiro? Ela deveria estar na Igreja N.S. da Cabeça que se encontra de pé na Rua Faro.
      Estou pelejando algum tempo a procura da verdadeira imagem de Nossa Senhora de Copacabana, Na fronteira de onde você mora entre IPA/COPA, eu moro COPA/LEME, a Igreja da Ressurreição diz, que a verdadeira imagem que antes, foi entronizada na Igreja da N.S. da Misericórdia, nos remotos tempos, é a original e não é. A verdadeira imagem saiu da Igreja da Misericórdia em 1637/1638, foi para Magé, e depois reapareceu em 1746 na antiga ermida, talvez, até antes, que foi reconstruída no Posto 6, uma igreja maior por causa ato de agradecimento do Bispo D. Antônio do Desterro.
      A original veio da Bolívia com traços indígena, isto é, a tez morena. rosto arrendondado e com longos cabelos negros. Muito diferente dos traços portugueses.
      Tive a oportunidade de ir ao centro da cidade e visitar os acervos no Paço Imperial, mas por questão das manifestações acabei mudando de rota. Se você souber alguma coisa ou de alguma história, vou te agradecer, muito.

      Raquel Rolnik, sem querer mudar o foco da discussão, deixo com você a palavra.

      • Ama,
        Não tenho links com o Iphan, nem com experts em arte sacra, mas sabendo de algo te procuro. Já que vc falou na I. da Ressurreição, não entendo o porque da escultura (o grupo) de Santa Ismeria (a bisavó), Sant’ana (avó), Maria e Jesus que fica no saguão de entrada, não ficar melhor exposta (museu) para um número maio de pessoas. Poucos sabem a respeito de sua genealogia, mesmo entre os assíduos frequentadores da igreja.
        E vá se saber por quais caminhos (escusos) andam as obras de artes (princ. as sacras). Guria ainda, conheci um lustre deslumbrante, numa igrejinha, pouco mais que uma capela, em Lavras (MG) que segundo o pároco, ao ver a minha surpresa, disse-me ser o segundo (em importância) Baccarat no mundo. O primeiro estava em Versailles …
        Fique bem, Norma

      • Norma, você é do sul (guria)? A nossa igreja Católica, Apostólica e Romana tem a antipatia secular por santos estrangeiros e por nomes de mulheres. Acho que é um caso de xenofobia e de profunda aversão ao sexo feminino. Os nomes das santas que você citou são todas estrangeiras, pois, os nomes que a antiga Congregação Mariana, que dá o nome de lugares e os seus respectivos, substantivos e adjetivos, como então, Santa Misericórdia, Boa Morte, N.S. do Parto, Bonsucesso, Aparecida, Nazaré e por vai. Se existe a de Maria, a Virgem, só as mulheres, as detêm como as Filhas de Maria. No caso da Sant´ana, pois ANA é um nome judaico, não conheço a sua história. Mas enfim…
        A tal Igreja da Ressurreição, é o seria a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, mas por questão política, militar e religiosa, no decorrer do tempo foi desalojada, ficando pois, uma outra imagem que foi doada pelo governo boliviano em 1947, no corredor do terceiro andar, da igreja Matriz da praça Serzedelo Correia. Vez ou outra, vou lá para levar uma rosa como a minha homenagem ao Povo Inca. Realmente, o que existe de quantidade de santas e santos na Igreja da Ressurreição, é realmente uma grande confusão para que possamos entender os desígnios.da nossa santa madre igreja.

      • Não. Sou carioca da gema. 🙂
        Guria (sim, eu sei.), lá em casa, era àquela faixa etária, que hoje em dia compreende entre os 15 e 17 anos e alegação/subterfúgio (para não dizer criança, para algumas coisas e uma moça cheia de responsabilidades, para outras) lançado mão. sempre que me fosse negado algo que eu quisesse muito, tipo: comprar um carro (3 ou 4 mão), com mais 2 felizes futuros proprietários ou não viajar com os pais (como o caso). rs.rs.rs.

  12. Folgo em saber que o Movimento Passe Livre está assumindo conotações bem mais amplas que um simples protesto pelo aumento da tarifa. As manifestações refletem a insatisfação geral, especialmente quanto à questão da mobilidade urbana, entregue aos interesses das concessionárias, quando deveria ser uma obrigação do estado.

    O próximo passo é abrir a caixa preta das planilhas dos ônibus. Se os empresários não concordarem, que façam suas malas e mudem-se para Miami nos deixando em paz.

    A lamentar, as depredações do patrimônio publico e privado promovidas por arruaceiros que não fazem parte do MPL. Doeu ver na TV prédios históricos do Rio sendo pichados e o valioso mobiliário transformado em fogueira.

    • Rogério, desculpe-me! Vou ferir você mais fundo:

      “O Centro Cultural Paço Imperial, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) inaugura na próxima quinta-feira, dia 13 de junho – para o público na sexta-feira, 14, a partir das 12h –, a exposição Um outro olhar: Coleção Roberto Marinho, que reunirá 202 obras do acervo do jornalista, com
      cerca de cem peças inéditas. O público terá a oportunidade de ver pela primeira vez telas como as que compõem a Via Sacra, de Emeric Marcier e a Santa Cecília, de Portinari, além de imagens religiosas dos séculos XVIII e XIX.
      Confira algumas das peças que estarão em exposição:
      Portinari
      Lasar Segall
      Guignard
      Burle Marx
      Bandeira
      Siron Franco
      Krajcberg
      Emeric Marcier
      Annita Malfatti
      http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=17445&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

      Doi, não doi? Quando se entra num salão de jogos tem que se ter claro o limite da aposta. Até onde se vai. Qual é o nosso limite? As nossas autoridades (RJ) em suas falas são tão polidas (Baderneiros? Não. É um tanto forte…).que poderia acrescentar qualquer adjetivo “fofo” aos seus sobrenomes. Tô achando estranho… aí tem!
      Abç Norma

  13. Já que temos de nos mobilizar, ontem e hoje vendo as matérias e reportagens que passam nos programas televisivos resolvi montar esta página.
    O movimento atual da população brasileira em todas as cidades deve ser respeitado e digno. Sendo assim todos que o apoiam precisam defedê-lo também.
    Vivemos em um mundo digital onde todos tem uma câmera fotográfico ou no celular na mão, nas manifestações vemos o volume de pessoas que estão envolvidas nas manifestações carregando suas câmeras, registrando não apenas a beleza e democracia do movimento mas também infelizmente as imagens dos vândalos e marginais que utilizam deste momento para depredarem as cidades e os bens públicos ou provados, saquearem lojas e estabelecimentos comerciais, agredirem profissionais de imprensa ou da própria segurança pública, como também os exageros da mesma.
    Vamos criar um banco de imagens consolidado com estes dados, enviem e vinculem suas fotos a esta página para que estes apárias da sociedade e do desejo da população possam ser identificados e punidos como a lei manda.
    Vou mais longe, este despertar da população brasileira só perderá força e adesão se permitirmos que continuem agindo assim…
    Vem Pra Rua – Pela Ordem e Pela Paz objetiva acabar com a desordem, a violência, a depredação e os saques…
    Participe, Divulgue e Compartilhe….
    https://www.facebook.com/VemPraRuaPelaOrdemEPelaPaz

  14. Parabéns pelo blog.
    “Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras.
    Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.
    Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará.
    O SENHOR guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.
    Salmos 145:17-20”

  15. Raquel você expressou com muita clareza que todos aqueles que estão mudando os rumos desse país devem ouvir o que dizem as ruas e a vontade de mudança pelo direito a uma sociedade mais justa está latente mas precisa agregar as bandeiras maiores da Reforma Politica, da queda de juros, do finaciamento público para as eleições e dinheiro para saúde e educação públicas e reforma urbana.

  16. GOLPE DO IRÃ NO BRASIL?
    iraniano cansado 19/06/2013 08:48
    mossadeq@ira.com

    Alguém aqui sabe como ocorreu o golpe de Estado no Irã ao tempo de Mossadeq?
    Manifestações parcialmente espontâneas de rua foram DISTORCIDAS e USADAS por iranianos ligados a CIA e agentes desta agencia norte-americana que estavam no Irã. O resultado foi a deposição de um governo laico que havia nacionalizado o petróleo. Os EUA colocaram então o Xá Reza Pahlavi no poder e ele permitiu o acesso ao petróleo iraniano pelas companhias petrolíferas norte-americanas. NÃO SE ESQUEÇAM QUE TEMOS O PRÉ-SAL e que os gringos desejam muito ter acesso ao mesmo (tucanos como FHC, Serra, Aécio e Alckimin entregariam o nosso petróleo para os EUA de bom grado, em troca de ?mimos? e ?agrados?).
    Toda política interna norte-americana depende da gasolina barata nas bombas. E toda política externa dos EUA gira em torno do petróleo dos outros povos desde a década de 1950. Ao menor sinal de fraqueza ou divisão grave interna de um país que tenha reservas petrolíferas (ou comprometimento do sistema de representação política), os norte-americanos introduzem sua agenda e usam seus “amigos” dentro do país despejando dinheiro para fomentar “um novo regime”.
    Cá os EUA têm muitos “amigos” (inclusive na mídia, em parte sustentada com dinheiro de propaganda das empresas norte-americanas sediadas no Brasil). Há bem pouco tempo, FHC e José Serra já estavam rifando o Pré-Sal antes mesmo do PSDB ganhar a eleição presidencial. ABRAM SEUS OLHOS MENINOS E MENINAS DO BRASIL, pois este seu movimento pode ser usado e desaguar no mesmo resultado que ocorreu lá no Irã na década de 1950 (um regime fascista pró-EUA que matou e torturou muita gente enquanto os norte-americanos exploravam o petróleo do país).
    Até o mundo vegetal sabe que FHC, Serra e Aécio são ligados aos interesses norte-americanos no Brasil. Curiosamente eles estão sumidos. Há, portanto, uma pergunta que não quer calar.
    O povo está nas ruas. Onde estão FHC, Aécio e José Serra?
    RESPOSTAS:
    Sei lá, meu estes velhos do caralho são irrelevantes.
    Fumando maconha com Bill Clinton na gringolândia.
    No ap de FHC em Paris fazendo uma suruba maçônica.
    Na ilha de Caras, bêbados e com cara de bestas.
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  17. Raquel, boa tarde. Conheço seu engajamento pela habitabilidade de São Paulo e, entre outras coisas, pela recuperação dos rios.
    Gostaria de saber se você está a par dos projetos relativos ao córrego Água Preta, na Pompeia. Parece que pretendem recanalizar (ressufocar) o rio, com pretexto das enchentes. Só que estão querendo desviar o trajeto, e a única razão que eu posso ver para isso é especular na área por onde o rio passa agora – degradada, me parece que intencionalmente – quando a solução a meu ver seria abrir praças com o rio a céu aberto (em alguns trechos isso é perfeitamente possível). Acho até que seria muitíssimo mais barato.
    Li que haverá um debate em 27 de julho, Nas Faculdades Integradas Rio Branco – Lapa de Baixo, mas gostaria de saber que outros caminhos são possíveis para repensar esses planos.
    Obrigado

  18. Pingback: a voz das ruas e a oportunidade de mudanças (Por Raquel Ronik) | Luizmuller's Blog

  19. Boa noite, minha opinião sobre isto é:

    Existe um sentimento de descontentamento evidente na sociedade, em vários temas (corrupção, inflação, copa do mundo, saúde, transporte, etc.). Em contrapartida o que queremos: instalar a ANARQUIA como forma de governo? Ou devemos acreditar e solidificar as instituições públicas e a forma de governo atual? Será que aprendendo a votar e orientar aqueles que não sabem e se organizarmos como representação politica de homens e mulheres do bem, fiscalizarmos as contas públicas, cobrar transparência, se interessar por economia e politica, não desligar a TV em horário político, nos envolver em consultas públicas, entre outras ações de cidadania que já existem não teremos uma eficiência mais duradoura?

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