Fim do comércio ambulante ou fim dos ambulantes?

No mês passado, a Prefeitura de São Paulo cassou as licenças de trabalho de 470 ambulantes que trabalhavam na região da Rua 25 de Março e da Praça da Sé, no centro. Outros 512 ambulantes perderam a permissão que tinham para trabalhar nos bairros de Pinheiros e da Lapa, na zona oeste, e em São Miguel Paulista. Entre estes, um grande número de idosos e pessoas com deficiência. De acordo com reportagem do Estadão, nos últimos seis anos, 15 mil ambulantes foram retirados das ruas. O objetivo da prefeitura, agora, é acabar com todos os camelôs da cidade.

A Defensoria Pública de São Paulo tem atuado para tentar reverter a situação. Há mais de um mês, o órgão entrou com uma ação contra a revogação das licenças dos ambulantes de São Miguel Paulista. No dia 24, a Justiça concedeu uma liminar favorável aos trabalhadores. No início desta semana, a Defensoria entrou com uma nova ação, pedindo a anulação da revogação da licença de mais trabalhadores.

Obviamente que ninguém quer que a cidade seja inteiramente tomada por camelôs, nem que as pessoas possam vender o que quiserem, onde quiserem, sem nenhuma organização e planejamento. Mas também é óbvio que a cidade precisa de espaços comerciais que não são os espaços das lojas. Isso pode ser equacionado, mas não simplesmente retirando os comerciantes da rua, cassando a permissão e impedindo-os de trabalhar, sem nenhum diálogo e sem ofertas concretas de alternativas.

Algumas cidades têm experiências positivas nesta área, como Diadema e Belo Horizonte, que criaram shoppings populares bem localizados, garantindo o trabalho de comerciantes que antes trabalhavam nas ruas. A Prefeitura tem afirmado à imprensa que está oferecendo capacitação profissional a deficientes e idosos e que até o próximo ano irá inaugurar três shoppings populares. Mas tudo isso deveria ter sido feito ANTES de retirar os ambulantes das ruas.

A atitude da Prefeitura de São Paulo foi autoritária, higienista e excludente, bem na lógica da “São Paulo para poucos”. Uma ação como esta jamais deveria ser feita sem diálogo com as pessoas afetadas e sem oferta de alternativas que possibilitem a existência de um comércio popular, com vendedores autônomos, que precisam ter espaço de trabalho na cidade.

9 comentários sobre “Fim do comércio ambulante ou fim dos ambulantes?

  1. Como sempre os governantes querem esconder os pobres de baixo do tapete. Kassab ajudando a estragar a cidade…

  2. Precisamos fortalecer ainda mais a solidariedade em nossas lutas! Kassab segue firme em seu processo de higienização da cidade.

  3. em belo horizonte criaram os shoppings populares, o problema é que de tempos em tempos a polícia invade o espaço e leva toda a mercadoria deles embora.

  4. No minimo deveria ter uma idenização para estes ambulantes ou como vc disse uma relocação em uma area criada para que estás pessoas aqui em Poços quando a prefeitura tirou os ambulantes da praça principal da cidade a prefeitura designou um lugar para eles criarem treilers para que eles transferissem o seu carrinho para lá…Como é incrivel a capacidade de alguns políticos de atuarem na vidas de pessoas que já foram excluidas pelo nosso sistema educional ,pela politíca corrupta de malas e de cuecas…
    Agora me revolta muito ,fui criada com mais 8 irmaos graças a um trabalho ambulante de meus Pais ,minha mãe vendia churrasquinho na praça e como nosso presidente anterior, criou educou todos seus filhos lutando contra este sistema de esclusão que sempre criado por esses políticos irracionais ,que o pior de tudo somos nós que os colocamos lá… .

  5. Estamos muito mal preparados pós temos anos de abandono social e cultural. A verdade nua e crua é que este processo vem em função de uma legislação que protege os empresários e exclui os trabalhadores informais. Vivemos em sociedade e para isso é necessário ser agente de seu universo e serviço. A questão abordada é de fato muito comum em nossa sociedade capitalista detentora de papeis. Podemos lembrar inclusive que em 1908 na gestão de Pereira Passos, o Prefeito com a maior receita de toda a história da Cidade do Rio de Janeiro, Responsável pela sedimentação do morro do Castelo que havia sido o primeiro ponto de ocupação de cidade. Suas medidas de sanitarização e de proibição de uso do centro, para habitação. Colidiu, desta forma com a revolta da vacina de que culmino no protestos contra seu pupilo o sanitarista Osvaldo Cruz, mais suas visões de expansão não foram ou são ao acaso. Os processos de inclusão social, não são ouvidos em nossa programações midiáticas e leis não são tão importantes, mais decretos atuais? São seguidos, acidente com o bondinho de Santa Tereza, quem paga pela desestrutura são os funcionários subalternos e o chefe e responsável da pasta sai ileso da acusação. Enquanto não reavaliarmos nossas participações, seremos transferidos como uma grande epidemia sem história de contribuição desta grande construção que é a sociedade brasileira e seus atores sociais dispersos…

  6. os governates deveria nos proporcionar trabalhos e moradia dignos mas não o fazem e quando arregaçamos as mangas e tomamos uma atitude somos tratados como lixo somos tirados das ruas sem alternativas a culpa de estarmos trabalhando nas ruas e morando em arias irregulares e dos governates que não cumpri suas obrigações ,os que são legalizados estão sofrendo imagine os que não são o povo brasileiro e forte lutador conseguem renascer das cinzas e os governates ficam com odio

  7. Infelizmente neste pais quem trabalha é perceguido . Se o prefeit diz que vai fazer o shoping porque nao esperar esta obra estar concluida ou sera que kassab tem pretençao de enganar os camelos. Acho que essa obra nao sai da promessa.

  8. Muito bem feito.. tem é mais que se ferrar todos aqueles que votam nesses partido de burgues ignorante de atitude.O povo merece o gorveno que tem portanto vao todos se fuder, povo burro e ignorantes igual a eles.

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