A exemplo da explosão de blocos de rua que aconteceu no Rio de Janeiro recentemente, em São Paulo milhares de pessoas tentam desesperadamente organizar e curtir um carnaval de rua, mas… Como mostra matéria da Folha de hoje, aqui, para conseguir autorização para desfilar é uma via crucis, que passa inclusive por contatos políticos.
De acordo com a reportagem, a SPTuris, empresa responsável pelos eventos da cidade, “tem contrato com duas associações de blocos e dá infraestrutura e verba para seus desfiles. Em 2012, foram R$ 180 mil para cada uma. As associações são fechadas e reúnem 28 grupos, considerados os blocos oficiais de São Paulo.” O organizador de uma das associações diz na matéria que “A verba e a infraestrutura [da SPTuris] são mínimas, não dá pra colocar mais gente”. Falta de verba pra organizar o carnaval? Em São Paulo?
Além da dificuldade para conseguir autorizações e dos recursos escassos, ouvi relatos de que a polícia passa no meio dos blocos “pegando” vendedores de pipoca e de cerveja (fala sério, bloco sem ambulante vendendo bebidas eu nunca vi…), e de que muitos blocos disputam espaço com ônibus e carros em ruas movimentadas, como a Teodoro Sampaio e a Augusta – quando o óbvio seria fechar as ruas para os blocos passarem e redefinir o trajeto dos ônibus. Na prática, a falta de organização atrapalha tanto quem está no trânsito, quanto quem quer brincar. É uma espécie de “São Paulo não pode parar”, nem pra curtir o carnaval.
Aos paulistanos amantes do carnaval, que odeiam ficar parados em congestionamento nas estradas e em filas intermináveis de aeroportos para sair da cidade no feriado, exijamos no próximo ano que a nossa prefeitura perceba que o carnaval de São Paulo não é só o de sambódromo.
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