Novela do Parque da Água Branca talvez tenha final feliz

A novela em torno das intervenções realizadas no Parque da Água Branca, desde abril do ano passado, talvez chegue ao fim de forma positiva. Segundo notícia divulgada hoje pelo Estadão, o Ministério Público enviou à secretaria estadual de Agricultura um termo de ajustamento de conduta através do qual propõe que sejam desfeitas as alterações. O MP também quer a criação de um plano diretor e de manejo arbóreo, além de um conselho gestor do parque com participação da população usuária.

Historicamente, o Parque da Água Branca é um local ligado ao mundo rural paulista e à sua cultura popular e caipira. Trata-se, portanto, de um patrimônio material e imaterial dos paulistas. Lembro de levar minhas filhas lá para passear, ver os animais, a roça, a casa de pau a pique com fogão de lenha… Além disso, lá acontece, até hoje, a mais tradicional feira de produtos orgânicos de São Paulo. Sem falar que o parque sempre foi sede de inúmeras feiras relacionadas à cultura tradicional do Estado.

A intervenção arbitrária realizada pelo governo do Estado foi objeto de representação no Ministério Público por parte de moradores da região e usuários do parque. Com isso, foi aberto um inquérito para apurar a legalidade das obras, que foram interrompidas em dezembro do ano passado por decisão da Justiça. Se o governo acatar o termo de ajustamento de conduta, o inquérito será encerrado.

Para celebrar os avanços conquistados e também o Dia Mundial do Meio Ambiente, o movimento SOS Água Branca realizará uma comemoração no parque, no próximo sábado, às 10h.

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Cultura caipira do interior paulista merece ser conhecida e está no Parque da Água Branca

Acontece até o próximo domingo um evento genial chamado “Revelando São Paulo”. O parque será ocupado com diversos stands de artesanato, gastronomia e outros. Haverá também festivais, música e dança, incluindo a dança caipira, tradicional no interior paulista e muito pouco conhecida na capital e no Brasil.

Em geral, quando pensamos em cultura popular brasileira fala-se de maracatu, no Recife, dos ritmos afro-brasileiros na Bahia e em Minas Gerais. Porém, a cultura caipira do interior de São Paulo é riquíssima e está muito bem representada. Estive nesse festival no ano passado e afirmo que vale muito a pena.

Fora o festival, o Parque da Água Branca já é em si uma atração. O espaço surgiu em 1904, como estratégia do governo de São Paulo para fazer uma escola de formação na área de agricultura. Depois virou parque de exposições, o principal da cidade, onde eram realizadas feiras de vendas de gado. Nos anos 70 estas atividades foram transferidas para a Água Funda, no Parque Imigrantes, tornando o Parque da Água Branca apenas um parque.

Lá estão lindas edificações do Mário Whately, da mesma época em que o parque foi construído e inaugurado. O parque também um vitral art deco e é integralmente plantando, ou seja, não possui mata nativa, mas conta com vários espécimes, todos identificados. Além disso, há uma reconstituição muito bem feita de uma típica casa caipira. Vale a pena um passeio, seja para crianças, jovens ou adultos.