O tema da moradia é uma das questões mais importantes que estão sendo debatidas no 5º Fórum Urbano Mundial, no Rio de Janeiro. E há duas linhas principais em relação a como enfrentar a questão da moradia, especialmente quando se trata da produção de casas.
Uma é semelhante à posição do governo brasileiro em relação à moradia, materializada no programa “Minha Casa Minha Vida”, que tem como meta construir um milhão de casas. Essa linha aparece claramente na política apresentada por alguns países no Fórum como, por exemplo, Angola. Os angolanos lançaram um programa chamado “Meu Sonho Minha Casa”, cuja meta é construir um milhão de “fogos”, que é como se chamam as moradias no português de lá. Qualquer semelhança, portanto, não é mera coincidência.
Evidentemente, essa política se relaciona com as empresas brasileiras que atuam hoje em Angola. Mas não é apenas este país que traz esse tipo de abordagem em relação à moradia. Antes mesmo do Brasil, muitos outros, como México e Chile, também adotaram modelos semelhantes – baseados na construção em massa, combinando empresas privadas e subsídios públicos, para que essas moradias cheguem a camadas da população de renda mais baixa.
A outra linha, e há um debate muito forte em torno dela neste Fórum, são as instituições privadas que promovem fundos de investimento dirigidos diretamente para as comunidades pobres e administrados por cooperativas dessas comunidades. Como, por exemplo, um fundo de investimento patrocinado pelo Bill Gates, da Microsoft, criado para financiar moradores de favelas. Neste modelo, o dinheiro é emprestado diretamente para as comunidades pobres, e está muito forte na Ásia e na África. Há vários grupos aqui trazendo suas experiências nesse campo.