Já passou da hora de acabar com as sacolas plásticas

Já passou da hora, sim, de acabar com as sacolas plásticas. Vários países já acabaram com isso. A iniciativa do Rio de Janeiro é muito positiva. Lá a sacola não está proibida de imediato. O que se faz são estímulos para que os supermercados dêem descontos a cada produto que é comprado sem sacola e que ofereçam alternativas à sacola. Com isso, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Rio pretende ir, progressivamente, banindo as sacolas plásticas dos supermercados. Lembremos que uma sacola plástica demora quatro séculos para retornar à natureza.

Em São Paulo já houve um projeto de Lei, em 2007, aprovado na câmara, que exigia que os estabelecimentos comerciais utilizassem apenas material reciclável retornável. Naquele momento, o prefeito vetou o projeto a partir de um parecer da Secretaria do Meio Ambiente que considerava que, muitas vezes, colocando uma resina química na sacola plástica para torná-la biodegradável, podia-se gerar um outro tipo de poluição química. Essa foi a razão.

Entretanto, não há razão para que nós em São Paulo não devamos também aprovar uma Lei que progressivamente elimine a sacola plástica da nossa cidade e do nosso Estado.

O Carrefour, por exemplo, já está com uma campanha forte e pretende, até 2014, não usar mais sacolas. O Wal-Mart, o Pão-de-Açúcar e algumas redes privadas já estão fazendo isso e em algumas cidades do Estado isso já acontece, como em Sorocaba, Piracicaba, Guarulhos, Osasco, Jundiaí , entre outras.  Enfim, essas iniciativas já começaram no nosso Estado, em algumas empresas do setor privado e em alguns setores públicos também.

Grandes produtores de lixo em SP agora são obrigados a reciclá-lo, mas ainda não sabem como

Em meio à crise do lixo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, promulgou a lei que obriga os grandes produtores de resíduos a organizar a coleta seletiva e encontrar um destino final para os materiais que possam ser reaproveitados. Os estabelecimentos comerciais, industriais ou públicos que produzam mais de 200 litros de lixo por dia, o que não chega a ser muita coisa, terão de separar o material reciclável por meio de lixeiras coloridas.

Em primeiro lugar, já existe uma regra que obriga os grandes produtores de lixo a cuidar dos próprios resíduos. A diferença é que, agora, além de cuidar do destino do próprio lixo, este cuidado deverá incluir obrigatoriamente a reciclagem.

Ainda estou verificando, e fico devendo essa informação, se a linha de corte dos estabelecimentos comerciais que deverão reciclar é menor do que dos lugares que hoje apenas têm de cuidar do próprio lixo. Ou seja, se estabelecimentos atualmente atendidos pela coleta pública terão que reciclar esse lixo, já que a reciclagem não é obrigatória na cidade.

Existe um serviço da prefeitura que recolhe o lixo seletivo, mas não está disponível em todos os distritos de São Paulo. Ele só esta funciona em 60 distritos, e não é muito fácil descobrir se uma rua está ou não incluída no serviço, feito por empresas concessionadas. Eu procurei, ligando pro 156, mas é muito difícil encontrar uma relação de todas as ruas atendidas pela coleta seletiva realizada pela prefeitura.

Agora, existem alternativas e é importante conhecê-las, principalmente os atingidos pela nova lei, que agora terão que reciclar o lixo. Uma delas é entrar em contato com cooperativas de catadores de lixo. São cooperativas autônomas, de catadores organizados, que buscam ou aceitam o lixo reciclado e depois processam esse lixo devidamente.

Uma das dicas para encontrar cooperativas de catadores em São Paulo é entrar em contato com a Rede Cata Sampa, no site http://www.catasampa.org/. Esta rede possui uma série de cooperativas que se organizam de acordo com a região da cidade e operam na capital e na grande São Paulo.

Outra forma de encontrar cooperativas que realizam esse tipo de serviço é entrar em contato com o movimento dos catadores, através do site http://www.movimentodoscatadores.org.br/ ou pelo telefone (11) 3399-3475.

De qualquer forma, esta nova lei ainda está muito confusa. Não está claro onde a prefeitura faz a coleta seletiva e onde não faz, e como os produtores de lixo obrigados a reciclar farão isso.