Neste fim de semana tive a triste notícia do falecimento de Neil Smith, professor de Antropologia e Geografia da City University of New York. Ele foi o responsável por cunhar a expressão “gentrification” para designar os processos de valorização imobiliária e expulsão dos moradores originais nas experiências de renovação de áreas centrais.
Este fenômeno começou a ocorrer no final dos anos 1970, em várias cidades do mundo, no âmbito dos processos de globalização e de transformação da gestão das cidades na era neoliberal, e os estudos do professor Neil Smith foram essenciais para compreendê-lo.
O fato é que o trabalho de Neil Smith acabou se tornando referência para uma geração inteira de pesquisadores sobre a questão urbana. Além disso, mais do que um pesquisador, ele também desenvolveu uma forte relação com os ativistas do direito à cidade não apenas nos EUA, mas no mundo, articulando a capacidade de pensar e refletir sobre a realidade com a possibilidade de agir sobre ela.
De sua obra, destaco o artigo seminal “Toward a Theory of Gentrification A Back to the City Movement by Capital, not People“, de 1979, publicado no Journal of the American Planning Association; e também o livro “New Urban Frontier: Gentrification and the Revanchist City”, de 1996, entre muitas outras.