Todos querem presídios melhores e tratamento de esgoto, mas não perto de casa. Como equacionar?

Recebi um e-mail de uma ouvinte da coluna ‘Nossa Cidade’ que reclama da construção de uma cadeia em Bom Jesus dos Perdões, na região de Atibaia. Ela diz que isso vai atrapalhar o turismo na região e a chegada de novos investimentos.

Todo mundo reclama quando uma cadeia é construída, e não só cadeias, mas outros equipamentos como estação de tratamento de esgoto, usina de processamento de lixo e aterro sanitário, que são absolutamente necessários.

Todos querem estação de tratamento de esgoto e cadeias melhores e mais descentralizadas, mas nenhuma cidade aceita esses equipamentos perto de si.

Este conflito recebe um nome próprio em inglês, porque também é comum fora do Brasil. Chama-se de “NIMBY”, ou seja “not in my backyard”, não no meu quintal. Eu quero que exista, mas não perto de mim. Como equacionar essa questão?

Não é nada fácil, e a construção desses equipamentos merece uma conversa e uma discussão maior com a prefeitura e a comunidade envolvida.

Neste processo se busca uma solução alternativa, que diminua os impactos ou apresente contrapartidas e compensações muito vantajosas para as cidades que receberão os equipamentos.

Já vi negociações dessas, como um município que aceitou receber um presídio e obteve como contrapartida investimentos do governo para a melhoria das condições de urbanização, saneamento ambiental e arborização da cidade. Um investimento grande, significativo, com um impacto muito positivo para o conjunto da cidade.

Outro ponto é a forma como esses equipamentos são construídos. O projeto, a localização exata e como será tratada a área de entorno podem mudar para atender melhor os anseios da comunidade.