O Comitê do Patrimônio Cultural da Unesco, órgão responsável por definir monumentos e sítios históricos como patrimônio da humanidade, acaba de reconhecer, neste domingo (1º), a paisagem cultural do Rio de Janeiro como patrimônio da humanidade.
Na candidatura apresentada à Unesco, o Iphan delimitou uma área que vai de Copacabana, na zona sul, ao extremo oeste de Niterói, englobando o maciço da Tijuca. Nesta área estão incluídos o Corcovado, o Pão de Açúcar, a Floresta da Tijuca, o Jardim Botânico, o Aterro do Flamengo e a totalidade da paisagem construída e natural desta região.
Apesar de não mencionadas especificamente, favelas cariocas históricas como a Santa Marta e a Babilônia estão incluídas neste perímetro, como parte do que o dossiê define como uma “complexa paisagem cultural produzida pela troca entre diferentes culturas associadas a um sítio natural original”.
É a primeira vez que se reconhece a forma como se construiu um espaço, ocupando uma geografia peculiar, como um patrimônio, rompendo com critérios colonialistas e abrindo a ideia de patrimônio a um leque amplo de intervenções no território, como os fantásticos projetos urbanísticos do passeio público, calçadão de Copacabana e Aterro do Flamengo, de Glaziou, Burle Marx e Affonso Reidy, e a construção cotidiana de uma cidade que dialoga com o mar e a montanha.
Nada mais forte nesta paisagem que a presença das favelas, espaço de autoprodução da vida cotidiana de milhares de cariocas e migrantes, que, na contingência de uma cidade que os excluiu e diante da absoluta precariedade dos meios, construíram um espaço de resistência e inserção, contraditório e complexo como é sua relação com a cidade. Agora este lugar está protegido — internacionalmente — e sua geografia de puxadinhos e pequenos lotes deve ser inscrita e consolidada em uma legislação que reconheça direitos, protegendo o lugar da arbitrariedade de remoções e projetos factoides.
O desafio agora é de todos: moradores, órgãos de patrimônio, prefeitura, governos, urbanistas: como consolidar estas favelas diante do furacão de valorização imobiliária que assola o Rio de Janeiro e que, inclusive, esta nomeação de patrimônio da humanidade ajuda a turbinar?
Texto originalmente publicado em Yahoo!Blogs.
Tenho verdadeira paixão pelo Rio de Janeiro e seu conjunto arquitetônico exótico. Bem merecida a menção!
Reblogged this on Beto Bertagna a 24 quadros.
Disse o que a mídia sequer mencionou… Parabéns, mais uma vez por seu texto lúcido. Sou sua fã!
Quem ganha e quem perde?
PREZADOS AMIGOS.
Esta Carta Declaratoria servira para a Sra. Theressa Williansom.
A Regiao Portuaria da Cidade do Rio de Janeiro, onde hoje estao os bairros da Saude, Gamboa, Santo Cristo e Caju, estiveram abandonadas pelos poderes publicos: FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL; e pela INICIATIVA PRIVADA, por mais de 50 anos seguidos. Estes determinantes vetores sociologicos, resultaram em um processo nefasto destrutivo, degradante socialmente e aviltante do tecido social urbano destes bairros, tento como resultado final: POBREZA, DESCONSTRUCAO SOCIAL, EMPOBRECIMENTO, SOCIO-ECONOMICO-CULTURAL, e um processo de destruicao de varios segmentos economicos produtivos destas regioes: COMERCIO-INDUSTRIA-SEGURANCA-HABITACAO-EDUCACAO-MERCADO DE TRABALHO E INVESTIMENTOS PUBLICOS… O PORTO MARAVILHA HOJE ESTA RESGATANDO ESTES ESPACOS, NO TEMPO NA URBANIDADE E EM SEUS CONTEUTOS HISTORICOS E SOCIO-ECONOMICOS… SAO INVESTIMENTOS DA ORDEM DE 8 BILHOES DE REAIS, PULVERIZADOS EM 15 ANOS DE CONTINUIDADE DO CONTRATO DE PRESERVACAO, MANUTENCAO E ABERTURA DE NOVOS MERCADOS DE: Habitacao-Comercio-Industrias-Moradias-Turismo-Entretenimentos, Infraestrutura de Rede de Aguas e Esgotos-Reflorestamentos-Calcamentos-Reformas de Pracas e Logradouros… CASO TENHA DUVIDAS…ACESSE: http://www.portomaravilha.com.br, ou http://www.concessionariaportonovo.com.br.
Gabriel Catarino.
AMAGA-DCP-Diretor de Comunicacao e Projetos.
Associacao de Moradores e Amigos do Bairro da Gamboa e Adjascencias.
Quem invade area para morar nao passa de ladrao.
As favelas sao os esgotos da sociedade correta e pagadora de impostos.