Em “Avenida Brasil”, novela do horário nobre da Globo, o público vem acompanhando o drama amoroso de Nina e Jorginho, cujo cenário é um lixão do Rio de Janeiro. Até cena de amor os personagens de Débora Falabella e Cauã Reymond já viveram no local. Seria o lixão de Nina e Jorginho (ou Rita e Batata) ficção ou realidade?
Infelizmente, nem mesmo na Cidade Maravilhosa os lixões são ficção de novela. Recentemente foi anunciado o fechamento do lixão do Jardim Gramacho, o maior da América Latina, muito conhecido por conta do documentário “Lixo Extraordinário”. Finalmente a montanha de lixo de 60m de altura que ocupa uma área de 1,3 milhão de metros quadrados sairá da paisagem do Rio de Janeiro, dando fim ao desastre ambiental que vem causando há varias décadas. Durante mais de 30 anos, todo o lixo produzido na capital fluminense e em mais quatro cidades foi jogado ali.
Os mais de 1.200 catadores que trabalham no lixão do Jardim Gramacho estão preocupados com o futuro, já que é daquele lugar que eles tiram o seu sustento e de seus familiares. No total, mais de 13 mil pessoas moram na área, que depende economicamente do lixão. Com toda razão, eles esperam que o fechamento só aconteça depois que todos os catadores forem indenizados e as condições de sobrevivência econômica sejam asseguradas. Em São Gonçalo, trabalhadores do lixão de Itaoca, que foi fechado em fevereiro, reclamam não ter recebido a indenização que os catadores do Jardim Gramacho receberão e se encontram em situação pior do que a que tinham quando catavam no lixão: sem casa nem sustento.
Em todo o Brasil, do total de 5.565 municípios, mais de 4.400 (80%) ainda têm lixões. Em Brasília, por incrível que pareça, ainda está em funcionamento o lixão da Estrutural, surgido na década de 1960 logo após a inauguração da cidade. Uma das metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010 pela Lei 12.305, é justamente acabar com os lixões em todas as cidades do país. O prazo estabelecido para isso está perto: é 2014. Os dois casos que eu comentei, no entanto, mostram que o processo de desativação de lixões é complexo, com impactos não apenas ambientais, mas também econômicos e sociais.
“Avenida Brasil”, em que pesem as licenças poéticas da vida no lixão e a visão estereotipada do subúrbio carioca, tem ao menos o mérito de deslocar da telinha o entediante mundo repetitivo da zona sul e mostrar uma realidade pouco vista nas novelas.
Originalmente publicado no Yahoo!blogs.
Fecham um e abrem outro, http://www.ufrrj.br/portal/modulo/reitoria/index.php?view=noticias¬icia=2114, noticia é velha mas está aprovado a construção…
É inacreditável que planejem o final dos lixões sem incluir uma política pública para os catadores em termos de trabalho e moradia, ao menos. Estes estão abaixo da linha da pobreza e deveriam estar no Programa de combate a pobreza do governo federal!
O Brasil devia importar lixo dos países ricos para despejar tudo nos lixões do Brasil pois o lixo dos países ricos é muito rico e dar para reutilizar muita coisa
avenida Brasil es estupendo ojala que nunca termine
A GLOBO caprichou nas cenografias usadas em AVENIDA BRASIL, dando realismo a todas as cenas vinculadas no lixão fictício construído dentro do PROJAC. É uma inovação na TV mundial, sendo a 1º emissora a utilizar essa metodologia para construir os espaços onde seriam ambientados a trama. A TV EXCELSIOR foi quem construiu a 1º CIDADE CENOGRÁFICA para rodar em 1966 a novela REDENÇÃO que teve seu final somente em 1969. Atualmente a área sedia o PARQUE CIDADE DA CRIANÇA que fica em S. JOSÉ DOS CAMPOS. A TELEVISA está sendo criticada por gravar cenas em no lixão de BORDO XOCHIACA, que serviram para o dramalhão LA GATA que estreará daqui a alguns dias na grade do: CANAL DE LAS ESTRELLAS. Essa não a única vez que a emissora utilizou esse método, em 1995 as externas se passaram no desativo BORDO DE PONIENTE onde parte do enredo de MARÍA DEL BARRÍO foi contado aos telespectadores. A estrutura da equipe deve enorme, para evitar qualquer incidente aos profissionais envolvidos. Essa especulação se deu, devido a protagonista MAITÊ PERRONI ter passado mal devido ao fedor dos detritos presentes no local. Alguns especialistas criticaram a postura da emissora, que não construiu um lixão fictício assim como o de: AVENIDA BRASIL.