Copa e Olimpíadas: dossiê lançado ontem no Rio denuncia violações de direitos humanos

Participei ontem, no Rio de Janeiro, do evento de lançamento do dossiê “Megaeventos e violações de direitos humanos no Rio de Janeiro”, organizado por entidades da sociedade civil que integram o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas. O documento “denuncia o processo de violação do direito à moradia e fala do desrespeito, pelas autoridades, do direito dos cidadãos e cidadãs de terem acesso à informação e a participar nos processos decisórios.” De acordo com o dossiê, 5.325 famílias estão hoje ameaçadas de remoção, em 24 comunidades, sendo que 1.860 já foram removidas.

O documento, de cerca de 90 páginas, fala ainda “da subordinação dos interesses públicos aos interesses de entidades privadas (entre as quais destacam-se o Comitê Olímpico Internacional e grandes corporações), fala do desrespeito sistemático à legislação urbana e aos direitos ambientais, aos direitos trabalhistas e ao direito ao trabalho, fala do desperdício dos recursos públicos, que deveriam estar sendo destinados às prioridades da população. Enfim, fala da violação do direito à cidade.”

Para ler o dossiê completo, clique na imagem abaixo.

Veja também a repercussão do lançamento do dossiê na imprensa:

UOL: Copa e Olimpíada devem desalojar 7.200 famílias no Rio de Janeiro, segundo dossiê
Correio Braziliense/Agência Brasil: Comitê lança dossiê no Rio de Janeiro sobre impactos das obras da Copa
Rede Brasil Atual: Relatório: Copa e Olimpíada criam Rio dos excluídos
Veja/EFE: Dossiê reuncia remoções forçadas no Rio para Copa e Olimpíadas
Estadão: Relatora da ONU critica valor das indenizações no Rio

4 comentários sobre “Copa e Olimpíadas: dossiê lançado ontem no Rio denuncia violações de direitos humanos

  1. Raquel, agradeço muito do envio do Dossiê dos Megaeventos da Copa e dos Jogos Olímpicos transcrito pelo Comitê Popular do Rio que achei. muito bom e bem explicativo.
    Mas gostaria de fazer as minhas ponderações a respeito disso.
    O Brasil considerado um País democrático falha muito no que diz respeito a própria população que sofre na pele ou na carne a marca dos devaneios do poder público, dos grandes empreiteiros e empresariados que não só repartem como vendem a cidade em um grande leilão.O Rio virou a Cidade-Comércio, que está a venda.
    Vejo uma grande diferença do Brasil em relação a África do Sul. A África do Sul sofreu os mesmos problemas em estamos sofrendo agora . E eles tiveram só a Copa do Mundo. Desde cedo, os Sul Africanos sentiram que os tais megaeventos da Copa do Mundo seriam para o Mundo e os turistas e não para eles. A diferença é que lá, e que não vejo aqui, foram criados vários pequenos comitês populares em que cada segmento da sociedade se organizaram e dificultaram muito a pretensão dos grandes aglomerados econômicos. Só saiam da negociação, quando sentiam que os seus direitos seriam respeitados. Em outros países, como a própria Alemanha, mantiveram as suas cidades como elas são, sem grandes intervenções urbanísticas. E não deram 100% de subsídios fiscais como a FIFA queria. A Inglaterra, agora com os Jogos Olímpicos, ninguém escuta nenhum escândalo com o desperdício de dinheiro público.
    Enquanto, aqui no Brasil, mesmo com população carente, tendo a assessoria do Ministério Público e da Defensoria Pública, e a denúncia do próprio Comitê Popular, a população de uma certa maneira não se organizam em comitês para reivindicar o seu direito, deixando as coisas na mão de políticos, que considero os grandes culpados por toda essa lamaceira, e de técnicos acadêmicos e da justiça sempre leniente morosa que parece estar mais do lado do poder público e dos empresários.
    A organização dos Megaeventos que Queremos, e que seria bom para todos nós, teria que ser com eles e só deles, e que são direta e indiretamente afetados. E isso não acontece, que acaba deixando na mão dos outros para resolveram a questão dos seus próprios problemas, e que são só deles e da Cidade.
    Na última folha, não vi na relação, os nomes e as entidades como as confederações e federações de favelas e de associações de moradores. Que teriam também estarem juntas com as várias entidades que compõem o Comitê Popular do Rio. E não estão. Aonde é eles estão? Eles deixam a população se lascarem, serem removidos, serem agredidos, e ninguém que faz parte das entidades comunitárias se pronunciam. Será que estão satisfeitos só com os teleféricos e as UPP´s?
    Não podemos nos furtar de não acharmos que o governo federal, que eu considerava um governo popular, não tenha culpa, tem sim, e muita. O Brasil a 8º ou 7ª economia do mundo tem muito dinheiro. E se entrega o capital sem que haja a fiscalização da sociedade civil a destinação desse dinheiro..Sem Conselhos não somos nada.
    A Minha Casa, Minha Vida, é um engodo, uma grande enganação, que diz entregar a moradia popular, em que muitos conjuntos habitacionais com o dinheiro do PAC estão sendo vendidos com a entrada que chegam a R$ 76.000,00, e te garanto, que não é na zona sul. O Morar Carioca. em que deveria haver o remanejamento dos desabrigados ou área de risco, será moradias para os novos inquilinos que estão atrelados as representação políticas.
    Os megaeventos desportivos e musicais na orla realizado pela FIFA FUN FEST que privatizam as praias por mais de cinco meses em que o próprio Ministério Público do Meio Ambiente, nada tem o que fazer ou dizer. E a população freneticamente participa em show midiático e bebe todas..
    Em relação a Lei da Copa, que é uma afronta a soberania nacional, e que todos os ganhos serão revertidos para a FIFA e que os lucros serão transferidos para além da fronteira.
    Falou-se na zona sul, a parte que me cabe por ser uma entidade associativa, que também sofre a todos os tipos especulativos, que vem desde a privatização da orla litorânea, a especulação imobiliária, a destruição de casas centenárias para a construção de hotéis em que o bairro como Copacabana está sendo cada vez mais estrangulado e asfixiado, sem que ninguém venha em defesa a ela. Fala-se tanto dos bairros da zona sul, mas ninguém o estado deplorável de cada um deles,.que estão sendo deteriorados a cada ano que se passa.
    O Metrô da Linha 4 como foi falado, vem muito da ideia das grandes entidades associativas e comerciais da Barra de Tijuca. Não dá para conceber, que a Linha 1 tenha que ser o final da linha em Ipanema, já que Copacabana recebe um número de quase 300 mil que veem para o lazer, estudar e trabalhar. Tem que haver a continuação até a Gávea, Mas concordo com a defesa das árvores da Praça Nossa Senhora da Paz e que não precisa de uma outra estação. Havendo só o tal Metrô que Precisamos atenderá a Barra da Tijuca até Botafogo. Aí sim, atenderá a classe média e a classe rica. Os outros bairros da zona sul que são bairros populares, que o Metrô terá que atender a toda a camada da sociedade, sem preconceito. com vagões lotados ou não. O Rio, assim, como São e Minas, desde 1970, receberam e recebem mais de 70% de pessoas advindas do Norte e Nordeste.
    Quanto ao armamento e a segurança privada tenho um grande receio, como foi dito, como que será a destinação final destas armas e de todos esses aparatos de segurança que nós teremos?. Provavelmente, com o fim dos Megaeventos, deverá haver um mercado negro para a compra e venda, e caindo nas mãos dos maus policiais e dos traficantes. E que Deus nos ajudem!.

  2. Ué, mas alguém tinha ideia que fosse ser algo diferente disso? Até uma criança de 4 anos já sabia que seria assim. Copa do Mundo é pra turistas europeus passearem e pra empresários ganharem dinheiro. Ponto.

  3. mui bem!! gostei da atitude, o exemplo deveria servir para florianópolis, onde existe milhares de pessoas desalojadas, retiradas das áreas de risco, e as autoridades ainda falam em construir uma terceira ponte? belo contraste.

    r

  4. Pingback: Excluídos do cartão postal | Vereador Henrique Vieira – PSOL Niterói

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