No dia do aniversário de São Paulo, resolvi buscar dados comparativos entre a nossa cidade e outras grandes metrópoles do mundo, aquelas que têm dimensão parecida em termos de população. A cidade de Tóquio, por exemplo, se levarmos em conta a sua região metropolitana, que tem 36 milhões de habitantes, ela é maior que a de São Paulo, que tem pouco mais de 20 milhões, e mesmo assim parece que a cidade japonesa funciona muito melhor que a nossa. Ou mesmo Nova York, cuja região metropolitana tem a mesma população que a de São Paulo.
Esses números me fazem pensar – para além da discussão de políticas publicas, da capacidade de implementação dessas políticas, dos recursos nas mãos das prefeituras e dos governos – sobre as diferenças entre essas cidades. Será que tem a ver com a época em que surgiu cada uma? Na verdade, não. São Paulo nasceu em 1554, uma data parecida com a de Tóquio, que não tem nem cem anos a mais que São Paulo. Nova York é mais nova, de 1624. Já a cidade do México é mais antiga, se a pensarmos a partir da ocupação asteca de 1300. Ou seja, não é uma coisa tão significativa essa antiguidade.
Mas uma coisa é a idade da cidade, outra coisa é quando que a cidade explodiu em termos populacionais. Porque isso, sim, é muito relevante. Sabemos que São Paulo teve um crescimento muito intenso e acelerado em dois momentos importantes, um entre o final do século XIX e o começo do XX, com a migração estrangeira; outro nos anos 1950, 1960, com o processo migratório interno do Brasil. Será que as outras grandes cidades do mundo também tiveram grandes picos de crescimento populacional? Sim.
Londres e Nova York, por exemplo, também sofreram um crescimento muito intenso e acelerado no final do século XIX e depois continuaram crescendo, mas num ritmo bem mais lento. Naquele momento da explosão demográfica, essas cidades também tiveram condições urbanísticas muito precárias e precisaram enfrentar esse problema. O nosso último pico de crescimento acelerado já aconteceu há uns 30 anos, ou seja, há uma luz no fim do túnel.
Uma curiosidade que eu encontrei enquanto buscava esses dados tem a ver com a densidade populacional, ou seja, o número de habitantes por quilômetro quadrado. A densidade de São Paulo é de 7.247 hab/km². Você acha que São Paulo é densa? O número parece grande, mas corresponde à metade da densidade de Tóquio, a um pouco menos da metade da densidade de Nova York e a um terço da densidade de Bombaim ou de Dehli, que tem 30.438 hab/km2. Aliás, as grandes cidades asiáticas, em geral, são muito mais densas que a cidade de São Paulo.
De acordo com os cálculos, São Paulo é a quinta ou sexta maior cidade do mundo. Se considerarmos a região metropolitana, ela é a quinta, atrás de Tóquio, Nova York, Cidade do México e Bombaim. Se considerarmos só a cidade, que tem 11 milhões de habitantes, ela é a sexta. As cinco primeiras, com exceção de Istambul, são todas asiáticas. Para quem acha São Paulo tão grande, estamos vendo que é possível, sim, ser ainda maior.
E um último elemento que eu pensei foi a composição social da cidade. São Paulo é uma cidade bastante desigual, com uma diferença socioeconômica muito grande entre que tem mais renda e que tem menos. Essa diferença é expressa através de um índice que se chama Gini. Quanto maior esse índice, maior a desigualdade. O de São Paulo é 0.6, muito parecido com o da Cidade do México. E o menor entre essas grandes cidades é o de Londres, 0.4. Enfim, no aniversário de São Paulo, acho que esses números são muito significativos para pensarmos o que queremos para a nossa cidade.
ou seja, de qualquer ângulo, o que já é ruim em São Paulo pode ficar ainda pior no futuro.
Eu incluiria, com relevância, dentro do aspecto das diferenças socioeconômicas que podem atrapalhar a implementação de políticas públicas eficazes, a falta de educação do nosso povo. Falta escola, portanto falta conhecimento de causas e efeitos, falta visão coletiva, falta respeito ao coletivo (o brasileiro fica polindo o piso da sua cozinha, que é só sua, mas cospe na calçada, que é de todos). E, claro, vontade política de fazer o certo… Mas, lembrem-se, os políticos vêm da mesma população que descrevo acima…
Além da densidade, tamanho e renda (e desigualdade social), seria muito interessante também trazer dados sobre os serviços oferecidos à população, como educação, saúde, lazer, cultura. Por exemplo: pensando no caso da saúde, recentemente observei (em postagem do meu blog) que no período de 1980 até 2005 (do ultimo de crescimento em diante), apesar do aumento da população, o número de leitos, no total, caiu. Isto é, na rede pública de saúde o número de leitos até aumentou, porém numa proporção bem inferior ao aumento da população. O da rede privada caiu, o que dá esta diminuição no total.
Temos também sérios problemas na educação (a despeito da nossa cidade ter nascido do Colégio) e habitação.
Seria interessante comparar também estes números com os de outras cidades. Comparar a qualidade de vida nestas diferentes cidades.
Muito bom seu artigo, exatamente porque nos faz pensar além dos dados expostos.
Um abraço.
Eu incluiria támbém as poucas linhas de trems metropolitanos, e o transporte publico que é pecimo!!!
A falta de investimento em prédios hightech que acabaria de uma vez por todas com as favelas de toda a cidade.
O tão iluzório alargamento dos rios Pinheiros e Tietê que poderiam fazer com que os paulistanos pescassem em plena selva de pedra.
Em area somos maiores pouco mais de 1.522 km² e New York 798 KM² Tokio pouco mais que a aneterior, mas mesmo assim o que adiantaria tirar as pessoas da favela? sair da favela é facil; mas a favela sair de você é dificil.
Ja estive nas tres cidades hoje moro em Beijim, e digo que este artigo é otimo e traz bom senço as pessoas.
Muito interessante o seu texto.
O meu ponto de vista eh que tudo se resume a politica.
Entao temos uma comparacao. Nova Iorque foi descoberta em 1626, o pais se tornou independente em 1776 e aboliu a escravatura em 1830. A partir dai as coisas comecam a funcionar melhor visto que quando se tem um povo livre e com acesso a cultura e informacao eles se tornam economicamente ativos.
Coisa que o Brasil parece que ainda estah descobrindo, visto que apenas de uns 5 anos para ca a classe C e D tem acesso a bens de consumo e melhor educacao.
Entao com o Brasil ocorreu o seguinte: Sao Paulo foi descoberto 1554, se tornou uma cidade apenas em 1711, o pais se tornou independente em 1822 (quase meio seculo depois), apenas em 1888 quando o regime de escravidao estava esgotado ao seu maximo eh que ocorreu a sua abolicao.
Vale lembrar que existiam dois tipos de colonias, a de Povoamento, onde havia liberdade e a intencao dos Europeus era a de criar uma extensao do que eram suas cidades natais. E a Colonia de Exploracao, usando de mao de obra escrava, apenas tirando todos os recursos do pais e enviando a Europa. Eh interessante perceber que hoje em dia todos os paises que optaram pelo segundo tipo de colonizacao estao indo muito mal economicamente.
Na verdade a exploracao de um povo soh favorece a si mesmo, entao um politico que tem um supersalario, que desvia verbas, etc soh faz a moradia dele ser perfeita, deixando o resto da populacao sem infra-estrutura basica enquanto eles nadam em piscinas de aguas cristalinas.
Voltando a arquitetura o que me atrai na arquitetura em Sao Paulo eh esta mistura de casaroes antigos (que datam meados do sec. XX), como o Museu da Casa Brasileira, o Ipiranga (que data de final do sex XIX), misturado a paisagens modernas como os predios de Rui Othake e Oscar Niemeyer. A impressao que tenho eh que mesmo tendo metros quadrados hipervalorizados este crescimento desrregulado da cidade permitiu com que ela espalha-se o moderno e antigo criando tambem diferentes centros para a cidade que sairam da regiao da Republica e Se e foram se arrastando ao norte para a Paulista e mais ainda nos dias de hoje para a regiao da Berrini.
Nao sei como eh Beijim, mas o espaco em Nova Iorque vale ouro, os predios de apartamentos ocupam todas as quadras, eh raro ver uma casa sobradada ou um Casarao antigo. Tambem uma amiga que mora lah me disse que existem muito desses apartamentos com menos de 40 metros quadrados (studios, kits), muitos deles ainda precisam de uma boa reforma, pois se encontram em estado precario.
Para concluir Nova Iorque era um lixo a ceu aberto entre 1930 ateh umas duas decadas depois , varias areas da cidade eram consideradas de extrema violencia, se via brigas de gangues e pessoas sendo assassinadas nas esquinas, o surto do crack e heroina, bairros que hoje sao considerados seguros, foram muito perigosos no passado, como East Village e acho que os resquicios ainda permanecem lah quando voce faz um passeio pelos bairros da cidade. Era uma das ciades mais violentas do mundo e esse indice cresceu ate os anos 90, quando dai entao comecou a declinar.
Acho que temos que ser otimistas, todas as grandes capitais tem seus problemas, idependentes de quao rico o pais eh. Por isso o voto eh importante e acredito tambem que a mudanca do quadro politico de tempos e tempos tambem.
Pela que eu verifiquei, a população de Nova York em 2010 era de cerca de 8.175.000 pessoas e de São Paulo ,no mesmo ano,era de 11.244.000,ou seja São Paulo eh maior, em nr.de habitantes, em mais de 3.000.000 de pessoas, e infelizmente deve ser em sua grande maioria de pessoas de baixa renda, que precisam de creche publica, hospital publico, transporte publico,moradia popular,acho que nunca vai ter jeito.
NOVA YORK é muito mais cidade
Concordo, são Paulo perde para o Rio e ate para Curitiba o cidade sem graça essa são Paulo.
Muito Interessante, Antes Em 2010 Fortaleza Tinha o Maior Numero de Habitantes no Brasil
1- Fortaleza|Ceará|7 786,522
2- São Paulo| São Paulo|7 387,693
3- Belo Horizonte|Minas Gerais|7 167,024
4- Recife| Pernambuco|7 037,615
5- Rio de Janeiro| Rio de Janeiro|5 265,816
Em 2010, Em 2014 São Paulo Que Tem a Maior Numeracão de Habitantes
1-Grande São Paulo| São Paulo|2 634,41
2-Grande Rio de Janeiro| Rio de Janeiro|1 487,18
3-Grande Recife|Pernambuco|1 403,11
4-Grande Aracaju|Sergipe|1 054,11
5-Grande Salvador| Bahia|895,94
só se for o estado todo do Ceará, nunca antes na história o município de Fortaleza iria atingir a marca dos 7 milhões de habitantes