No último dia 5, a Folha Online publicou uma interessante matéria na qual compara os investimentos que estão sendo feitos para a Copa do Mundo de 2014 com os recursos investidos em habitação e saneamento básico por nove dos doze estados que sediarão os jogos.
Segundo a reportagem, o orçamento previsto pelos governos do Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal apenas para as suas arenas – que são públicas (as de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre são privadas) – é de R$ 4,8 bilhões, cerca de oito vezes os investimentos feitos em habitação – R$ 589 milhões – por estes estados juntos em todo o ano de 2009.
O orçamento previsto por estes estados para a Copa equivale ainda a cerca de quatro vezes o que foi investido no ano passado em saneamento básico – R$ 1,26 bilhão – e gestão ambiental – R$ 1,17 bilhão – e corresponde a 13 anos de investimentos em esporte e lazer.
Vale lembrar que estados como Pernambuco e Rio de Janeiro tiveram milhares de famílias desalojadas este ano por conta das chuvas. O empréstimo que o governo pernambucano contrairá com o BNDES para a construção da Arena Capibaribe (R$ 464 milhões) seria mais do que suficiente para a renovação ou reconstrução das casas das famílias atingidas no estado.
Commonwealth Games 2010 – Nova Dehli – Um estudo realizado pelo Housing and Land Rights Network sobre os Commonwealth Games de 2010 – que serão realizados na cidade de Nova Delhi, na Índia, em outubro – questiona os argumentos que defendem os megaeventos esportivos como grandes dinamizadores econômicos, especialmente em países em desenvolvimento.
Segundo o estudo, estes países estariam mais sujeitos a impactos negativos sobre suas finanças, gerando grandes endividamentos. A capital indiana adotou a prática constante de cortar gastos sociais para cumprir os prazos e compromissos dos jogos e já comprometeu seus próximos dois orçamentos anuais.
É regra que o orçamento previsto antes dos eventos ultrapasse as estimativas de gastos. Os Jogos Olímpicos de 1972 e 1976 já eram exemplo disso com o déficit gerado de cerca de US$ 1 bilhão para Munique e para Montreal.
A própria experiência brasileira do Pan do Rio, em 2007, também comprova que os investimentos reais sempre superam os valores estimados e demandam aportes extras, onerando os cofres públicos: a prefeitura declarou um gasto de mais de R$ 1,2 bilhão, contra os R$ 186 milhões previstos inicialmente.
Lições para o Brasil – Como já mencionei outras vezes, o Brasil tem condições de aprender com as experiências do passado e aproveitar os Jogos Olímpicos de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 para realizar investimentos que significarão ganhos sociais para a população depois dos eventos.
Mas não é bem o que temos visto neste início de preparação para os jogos. Exemplos disso são os atrasos em obras de mobilidade urbana e a aprovação, pelo senado, de resolução que autoriza o endividamento de estados e municípios, fora dos limites previstos em lei, com obras da Copa e das Olimpíadas, sem que uma pauta mínima de investimentos sociais tenha sido incluída no portfólio dos investimentos das cidades.
Professora Raquel,
Aproveitando o tema, como leitor do seu blog, eu gostaria de saber a sua opinião sobre a questão da urbanização tardia (planejada) – oferecendo saneamento básico, água encanada, infra-estrutura em geral – em locais que oferecem risco para os moradores – encostas, várzea de rios e córregos. Tal prática não pode acabar incentivando a permanência dessas pessoas nesses sítios?
Muito obrigado.
Olá Raquel…
Lembrando sempre que Curitiba terá uma Arena PARTICULAR tendo como principal parceiro o GOVERNO DO ESTADO!
O atraso da cidade acontece porque o estado ainda não descobriu um “mecanismo legal” (leia-se: cambalacho) de passar dinheiro para o Clube.
Especula-se que a prefeitura modificará o zoneamento da Arena permitindo que na sua quadra sejam construídos prédios de muitos mais andares do que o zoneamento atual permite. Para que assim o clube venda o potencial construtivo para financiar a obra.
Além disso, é bem provável que a COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), empresa de economia mista, invista no Clube.
De todas as formas, aqui além de bancar a infra-estrutura do evento o Estado também bancará uma Arena PRIVADA!!!
Uma situação que se repete a cada evento megalômano no Brasil. O Pan de 2007 deixou apenas dívidas e algumas arenas esportivas que seguem mal aproveitadas. o pier de partida do remo na Lagoa Rodrigo de Freitas está totalemnte deteriorado e polui as águas e o visual da lagoa. O Rio não herdou nenhum viaduto, nenhuma infra-estrutura destes jogos.
Como se não bastasse o Maracanã passará por mais uma reforma destruindo e refazendo as obras de poucos anos atrás.
Triste.
Olá Raquel. Você tem alguma opinião formada sobre a Cidade da copa em Camaragibe? Eu tenho bastante angústia com as notícias que venho acompanhando.
Aqui em Recife costumam associar a Cidade da Copa ao novo desmatamento gigante de Suape e as obras viárias que passarão pelo mangue de Boa Viagem, tudo num saco só com DESENVOLVIMENTO escrito, em letras grandes.
A cidade da copa, em Camaragibe, a vinte quilômetros do centro do Recife, vem com o “alento urbanístico” de levar o crescimento da metrópole para uma nova direção (no caso, o Leste). No início do ano houve um debate entre se construir a cidade da copa ou se reformar o estádio do Santa Cruz, requalificando junto o bairro popular no miolo do Recife. Ao meu ver, essa segunda opção (se bem pensada desenvolvida e executada) contribuiria muito positivamente para a cidade, ao passo que ao escolher-se a primeira opção, não só tais oportunidades desaparecem como também surgem imensos riscos.
A cidade da copa de Camaragibe, me parece, trará malefícios análogos aos que se esperam da cidade administrativa em BH. Levando pra longe a responsabilidade oportuna de tratar seus problemas, multiplica o número de problemas em toda a nova extensão que criou.
Em todo caso, as obras estão com o prazo há muito estourado. A incerteza (e a explosão da especulação imobiliária) por enquanto imperam em Camaragibe…
Abraço (e adoraria saber sua opinião! :D)
Olá, Rodrigo
Me parecia interessante a proposta incial de construir o estádio na orla portuária, entre Recife e Olinda, porque seria uma forma de reocupar aquela área. A reforma do estádio do Santa Cruz também seria melhor do que construir a cidade da Copa. Enfim, também tenho desconfiança com relação a essas obras de expansão urbana…
Abraços,
Raquel.
É sabido que o esporte é uma das formas mais eficientes de educação infantil. Pesquisas também apontam que uma prática constante colabora com a qualidade de vida do indivíduo. Além da preparação física o esporte traz uma bagagem psicológica que auxilia o desenvolvimento do atleta. Isso trabalhado em conjunto com escolas, associações de moradores e projetos como o Educando para o Esporte, pode transformar toda uma comunidade.
Gustavo enxerga uma oportunidade de agir junto com o Ministério dos Esportes para criação de escolinhas de bases dando a comunidades carentes alternativas para educar suas crianças. Além dos benefícios apontados por Gustavo, essas escolinhas ajudam a combater o crime infantil. “A participação crítica, a solidariedade e o respeito mútuo fazem com que os adolescentes acabem desenvolvendo uma conduta ética social maior, dando a eles uma educação mais digna”, avalia.
A chegada dos jogos Olímpicos e da copa do mundo de futebol fará a demanda esportiva crescer fazendo com que cada vez mais os jovens busquem outras formas de lazer. Trabalhando como deputado federal ele poderá direcionar verbas para construção de centros esportivos criando alternativas para a população.
“Graças a esses centros de esportes podemos dar aos atletas uma oportunidade de treinamento que é pouco oferecida, além de criar inúmeras oportunidades de empregos para os profissionais da área”, afirma. Para o candidato a deputado federal e presidente do PSB de Piracicaba, a demanda fará com que cresça o investimento esportivo em diversas modalidades, transformando o Brasil não só no país do futebol, mas no do vôlei, basquete, atletismo e outras modalidades.
ola raquel estou sendo forsada junto com a comunidade do bairro do timbi a fazer sumidouros um tipo de esgoto. a prefeitura de camaragibe tem jogado a responsabilidade dos esgotos para a comunidade.