Não será fácil derrubar o São Vito e o Mercúrio

A prefeitura de São Paulo anunciou na semana passada que os edifícios São Vito e Mercúrio, no centro de São Paulo, serão demolidos ainda neste ano. Inclusive divulgou o nome da empresa responsável pela demolição, ArcoEnge, e o custo: 9 milhões e 200 mil reais.

Mas há o risco dessa promessa não sair do papel.

Na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, houve um debate sobre se era melhor demolir o São Vito ou reformá-lo. Acabou prevalecendo a ideia da reforma, e um projeto foi elaborado. Nesse momento, a prefeitura nem ia mexer no Mercúrio.

Na época foi editado um decreto de desapropriação do São Vito, para que ele passasse a ser de propriedade da prefeitura. Porém quando é feita a desapropriação de um imóvel, deve ser declarada a razão pública, e a razão para justificar a desapropriação do São Vito foi produzir habitação de interesse social. A desapropriação demorou a sair, mas foi concluída.

E o que aconteceu? Quando terminou a gestão da Marta e começou a do Serra/Kassab, a prefeitura desistiu de reformar o São Vito e decidiu demoli-lo. E como o São Vito é vizinho do Mercúrio, resolveram demolir também o Mercúrio junto, para fazer uma praça e um estacionamento perto do Mercadão.

O Mercúrio estava em boas condições, não tinha porque ser demolido. As famílias resistiram, conseguiram estender esse prazo, mas acabaram retiradas. Agora a prefeitura concluiu a licitação para contratar a demolição.

Entretanto, a Defensoria Pública de São Paulo, junto com outras entidades, moveu uma ação civil contra a demolição, por duas razões:

1) O Plano Diretor de São Paulo define que aquela é uma Zona Especial de Interesse Social, ou seja, deve se destinada para habitação popular.

2) A desapropriação foi feita com o objetivo de produzir habitação popular. Então, por mais que os edifícios sejam demolidos, isso deve acontecer para construir habitação popular, não para fazer um estacionamento.
Essa história vai render ainda. Não será fácil demoli-los para fazer um estacionamento.

História lamentável

Havia mais de 700 moradias habitadas no São Vito e no Mercúrio. Isso quer dizer que, em termos de pessoas, havia muito mais gente envolvida.

A situação do São Vito era bastante precária, ele requeria uma reforma imediata de qualquer forma. Já o Mercúrio não, era um prédio com uma condição bastante adequada, tranqüila, bem mantido. Mas foi muito dilapidado durante todo esse processo.

Os dois podem continuar parados, vazios, sem cumprir nenhuma função na cidade, o que é absolutamente lamentável. Aliás, a história inteira é lamentável.

O São Vito já poderia estar reformado e revitalizado, em vez de ficar ali, virando um enorme esqueleto na cidade, sem nenhuma função.

A coluna:

5 comentários sobre “Não será fácil derrubar o São Vito e o Mercúrio

  1. tudo que aconteseu ali so mim trose prejuiso de todas as formas que possa pensa minha vida viro uma comfuzão ate hogem eu não mim achei a maior perda que eu tivo foi de perde a comfiança em pulitico pois comfiei e fui desepesionado passei por tantas almilhação que ate hogem quando lembro mim da muita tristeza tem que ter muita vontade de vense si não si emtrega au que e ruin do mundo o mercurio não tia presizão neuma de ter sido desapropiado pois todos fucionario em dias e resistrados dois elevadores fucionando bem sistema eletrico e idraulio tudo bom e ocupado 100 por cento chega aguem com adeia de a juda lesa todos e sai deichando sequela ate amorte disia que u luga era feio avista que eu tinha de la são pocos predio que tem torso pela a reforma aquilo ajudou muita gente feis o que muitos puliticos não feis pelos as pessoas que presizava de um teto.

    • Sandro,
      Gostei muito do que você falou, até hoje acho o fim da picada o que foi feito com o São Vito e o Mercúrio.
      Raquel

  2. Estou fazendo um estudo sobre a produçao da arquitetura à interesse social no Brasil. Moro em outro pais e nao consigo saber o destino final do edificio sao vito.
    Ele foi demolido ou nao finalmente?
    Ainda nao consigo acreditar nessa historia. Como voce diz, é realmente lamentavel!!!

  3. Raquel,

    Me desculpe, mas não consigo enxergar outra motivação a não ser a político-partidária a razão de a Defensoria Pública e o Instituto Pólis querer barrar a demolição do São Vito e do Mercúrio. Se o prefeito decidisse reformar o prédio, talvez a ação da Defensoria e do Instituto seria pró-demolição. Moradia no Centro é necessidade, sim. É preciso que seja construída moradia de interesse social nesta região, mas não acho que o São Vito seja o espaço ideal. 32 andares, 600 quitenetes… Ficaria muito mais barato construir moradias novas do que reformar aquilo! Sei não, mas acho que algumas ONGs deveriam fazer oposição mais responsável… Ficamos meio confusos, sem entender o que é realmente bom para a cidade.

    • Olá, Adriano
      Evidentemente, muitas coisas têm motivação política. Mas, neste caso específico, já havia um projeto de reforma, de autoria do arquiteto Roberto Loeb, que inclusive ia diminuir o número de moradias, desadensando o edifício. Portanto, não fazia o menor sentido demolir completamente para transformar a área em estacionamento.
      Abraços,
      Raquel.

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