Matéria publicada hoje, no jornal A Tribuna, afirma que a prefeitura de Bertioga, no litoral de São Paulo, apresentará em breve uma proposta de revisão do plano diretor do município, com o objetivo de adensar a região da praia.
A prefeitura quer mudar o número máximo de pavimentos permitidos em construções na orla – dos atuais 10, para 30 -, além de flexibilizar outras regras que restringem o crescimento vertical da cidade.
A proposta da prefeitura de Bertioga vai na contramão da necessidade que temos hoje de repensar nosso modelo de uso e ocupação do solo. Enquanto isso não acontece, a ideia de aproveitar máximos potenciais imobiliários vai conduzindo a política urbana no país.
O resultado, inclusive do ponto de vista turístico, já que se trata de um lugar de veraneio, é desastroso, como em Balneário Camboriú (SC), onde os prédios altos “roubam” o sol dos turistas, de acordo com matéria da Folha publicada em janeiro.
Chega a ser insano.
Outras prefeituras do litoral de SP também seguem pelo mesmo caminho, como é o caso de Caraguatatuba: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110312/not_imp690836,0.php
A proposta da prefeitura foi alvo de duras críticas na 1a. audiência pública do plano diretor, ocorrida na última sexta feira (18/03/2011), e cuja programação e áudio disponibilizei em:
http://www.dpi.inpe.br/geocxnets/wiki/doku.php?id=wiki:branches:audiencia
Acredito que até seria adequado adensar algumas áreas urbanas, contudo não creio que as regiões litorâneas devessem ser consideradas prioritárias com vem fazendo a prefeitura de Bertioga.
Há ou haverá infra-estrutura básica de serviços, como rede de água e esgoto suficiente, sanitários públicos para atender a toda essa população que a prefeitura deseja atrair com a medida?
As rodovias de acesso ao litoral comportam o aumento de fluxo de veículos que esse tipo de ação pode acarretar?
Obviamente, com o pre-sal, será necessário aumentar a capacidade de cidades próximas a Santos de abrigar uma população permanente que certamente aumentará, porém concordar que isso se de sem que se leve em consideração a presaervação do meio ambiente é, na minha opinião, uma irresponsabilidade.
parabéns pelo seu ótimo blog!!! sem duvida é um serviço essencial à sociedade.
no fim das contas, é a cobra que morde o próprio rabo (espero): que novo-rico em sã consciência — uma contradição em termos — pagaria 7 milhões de reais por um apartamento em uma praia sem sol?